Arnobio Rocha Política Bahiano, Brasileiro, Gente

684: Bahiano, Brasileiro, Gente

 

Farol que ilumina as mentes brilhantes do Brasil

 

“toda sexta-feira todo mundo é bahiano, junto” ( Toda Sexta-Feira – Adriana Calcanhoto)

 

Hoje o blog está muito corrido, os três artigos ( FDP – A vida de Juiz de FutebolQuanto custa o Espírito Natalino? e Crise 2.0: Catastroika – Austeridade Desnudada) preparados no fim de semana, “mentalmente” escritos, fez com que esquecesse até a marca de 700 posts que acabei por ultrapassar. Este é um ano muito estranho, não sei se terei como continuar num ritmo tão intenso, mas enquanto a coisa fluir mentalmente, a coisa vai correr, mas sem a menor pressão, apenas pelo prazer de fazê-lo.

Mas quando penso em diminuir aparece um caminhão de assuntos, lá vou eu para o PC e dá meus pitacos. Alguns temas são irônicos outros nem tanto, como, por exemplo, a UE um dos pilares da Troika que impõe a mais desumana de todas as políticas sociais, na atualidade, a Austeridade, recebe o prêmio Nobel da Paz, seria cômico se não fosse trágico. Naquele que é o pior ano desde a união monetária com a miséria campeando nas ruas europeias, a entidade que mais contribuiu para o caos humano, recebe a alta comenda. Vergonhoso, abjeto, no mínimo.

Mas a bagaceira não acontece apenas por lá, estes tempos medíocres insistem em nos visitar, com “generosa” contribuição do polido Gilberto Dimenstein, que assina um dos mais infelizes artigos dos últimos anos, principalmente de alguém que é mais comedido, mais político em suas manifestações. Ele cometeu um artigo, cujo título já depõe contra si: “Haddad precisa importar um baiano?”. Artigo tosco, já denuncia o preconceito dos bem vividos, de uma gama da sociedade paulistana que odeia aquilo que não é espelho.

Em geral, este tipo de colunista, ou de artigo, me mantenho em completa distância, falar deles é, muitas vezes, se rebaixar à mediocridade do autor, mas não dá. Tem 23 anos que moro em São Paulo, construí minha vida aqui, cidade que escolhi para viver, mas este tipo de manifestação “intelectual” é um banho de água fria, parece que retrocedemos ao século passado, numa época podre demais. Não há meio termo, não é uma reflexão tola, é um terrível ato falho, daqueles que se acham donos do pedaço, não aceitam as mudanças, menos ainda as diferenças.

Continuo orgulhoso de ser cearense, de ser “bahiano” para os paulistanos ou o “Paraíba” para os cariocas, estes epítetos apenas demonstram a estupidez de quem os expressa, não é gratuito,  não é por acaso, o fundo é pejorativo, de criar uma segunda classe de cidadão dentro de uma mesma nação. Chega a ser aviltante, por tudo o que somos e representamos na construção da riqueza de São Paulo, mas principalmente do Brasil. Esqueçamos os artistas geniais, os cientistas ou juristas de nossas plagas distantes, nos concentremos no homem, naqueles mais simples que com sua força e dedicação fez deste estado o mais próspero do Brasil, a paga não pode ser o desprezo de um imbecil engravatado. Que papo é este de “importado”, somos produtos de outra nação?

Sei que muitos relevam, exatamente porque não sentem ou sabem o que é ser “bahiano”, secundarizam como se pudesse justificar tamanha grosseria, não refletem sobre o troglodita que a dispara, não é qualquer um, aliás, as origens do jornalistas deveriam pesar na hora de escrever, não apenas ser objeto de seu jornal, de seu grupo social, de seu partido político. A dimensão é humana, não há desculpa, não há o que desfazer, o mal-feito está feito, apenas ficamos a lamentar.

A vida segue, com pequenos atoleiros na consciência de cada um.

Belô Velloso – Toda Sexta-Feira

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0 thoughts on “684: Bahiano, Brasileiro, Gente”

  1. Genial! Genial! Teve “intelectual” que pediu desculpas naTL pela crítica! (E sem incluir a @ do criticado!) Vão todos paporra com seus preconceitos nada escondidos! E soube hoje que tem escola chique de Curitiba que incluiu uma “Introdução à Filosofia” deste cidadão das profundezas no currículo! Formação fascista ilustrada! Haja revolta, meu amigo e camarada!

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