Arnobio Rocha Crise 2.0 Crise 2.0: A Espanha Nua

495: Crise 2.0: A Espanha Nua

 

 

 

Bombeiros espanhóis contra o Plano de ajustes Foto: Cesar Manso/AFP)

 

Na Espanha, o país que antes era o queridinho do “Deus Mercado”, agora virou a bola da vez, então todos os males recaiu sobre ele e parece que a agonia não tem fim, aqui na série sobre a  Crise 2.0, discutimos todas estas questões da Espanha exaustivamente, em particular nestes últimos dois meses que a Crise ameaça derrubar de vez a unidade do país. As pressões do governo central exigindo mais cortes, tanto dos sistemas centralizados, como das províncias criou um verdadeiro barril de pólvora. Além disto, os protestos se multiplicam, com o último anúncio de mais cortes.

 

O Parlamento foi dominado completamente pelo PP, um dos partidos de Direita mais raivosos da Europa, com sua herança franquista. A acachapante derrota do PSOE foi ampliada pelo boicote do movimento dos indignados. Mariano Rajoy fez sua campanha sem jamais apresentar um plano de governo, porém, ao se preparar para transição, sua equipe foi assessorada por técnicos alemães, a mando de Merkel. Ao assumir, já propôs um duro plano de austeridade, visando baixar o déficit público de 8,9% do ano passado para 5,3%. Passados 4 meses nem o déficit deu sinais de diminuir, muito menos o país saiu do atoleiro.

 

Em maio estourou a crise definitiva dos bancos com a falência do Bankia, causando mais desespero, no já atabalhoado Rajoy. A fuga de capitais atingiu em 11 meses quase 30% do PIB, ou 300 bilhões de Euros, pela crise de confiança, mesmo com um governo tão identificado com os valores da Direita. Uma série de acordos secretos assinados pelo Governo Rajoy com a Troika para que ela fizesse um resgate parcial do país, mais especificamente o setor financeiro. Agora vem a público tais acordos, com o novo Pacotazzo, que o PP aprovou hoje no Parlamento, com cortes ainda maiores, com aumento de impostos, diminuição de salários dos funcionalismo e das ajudas sociais, uma cena emblemática, foi a Deputada do PP, que ao ouvir Rajoy anunciar que cortaria a ajuda aos desempregados e aos pobres, falou: “Que se FODAM”.

 

A extrema insensibilidade é uma marca cruel da Direita, a aprovação do no plano, hoje, provoca imensos protestos, que segundo o El País, casou o Caos nas ruas do centro de Madri, Barcelona e nas principais cidades do país. No início da noite cerca de 100 mil pessoas marchavam pelas rua centrais da capital. Pela manhã uma brigada posou nua em protestos, a cena é o retrato fiel de um país em desagregação.

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