309: Cyborgs I


Google Glass apresentado pelo Cofundador do Google, Sergey Brin

Eu vi coisas que vocês, humanos, nem iriam acreditar. Naves de ataque pegando fogo na constelação de Órion. Vi Raios-C resplandecendo no escuro perto do Portão de Tannhäuser. Todos esses momentos ficarão perdidos no tempo, como lágrimas na chuva. Hora de morrer.” (Monólogo “Lágrimas na Chuva” de Blade Runner)

É comum pensarmos que tal coisa tinha tudo para dar errado e, deu. Esta redução do pensamento, fixando algumas máximas, atrapalha sobremaneira uma visão mais ampla, mas por outro lado, justifica a falta de ação quando percebemos que algo sairia de forma errada.

Este egoísmo, muito próprio da sociedade de consumo, em que prevalece o interesse individual em detrimento do coletivo, leva a este tipo de raciocínio, a não se tomar atitude ou até mesmo posição diante de um problema.

O mundo dominado pela economia de mercado, com sua ideologia do individualismo, nos leva, cada dia mais, a pensar em micro mundo, praticamente reduzindo aos núcleos familiares, estas por sua vez, estão menores, com poucos filhos, a necessidade de sobreviver empurra, homens e mulheres, para trabalhos cada dia mais longos e extenuantes, com pouco tempo para seus filhos.

Em muitos casos as famílias sem filhos ou ainda os que não constituem famílias, vivendo sozinhos. O mundo virtual ganhou mais força, os contatos reais são mais raros.

As relações humanas se encaminham para uma superficialidade impensada a menos de 30 anos, objetivamente há um distanciamento cada vez maior dos amigos, mesmo em cidades média.

As grande megalópolis, com seus trânsitos caóticos e a brutal concorrência, afasta as pessoas, os contatos se dão por meio eletrônicos( email, msn, sms, Twitter), nem por fone se fala mais. Nos comunicamos mais por estes meios, perdemos a identidade, o calor humano, esta quase higienização, produzirá, no futuro nem próximo, uma geração ainda mais egoísta e isoladas por opção. Que valores terão?

As experiências mais básicas serão ditadas pelos computadores, meios magnéticos, o que hoje, alguns, denominam como sendo: “Ciborgues”. O próprio cérebro terá como meio auxiliar de suas memórias e sentimentos, os suportes e devices, como Smartphones, Tablets e outros meios que carregam: Fotos, lembranças, filmes, músicas e no futuro, quem sabe, até cheiros e sabores.

A vida será uma interação, quase natural, homem-máquina, os óculos com realidade aumentada, agora experimentadas, aproxima mais ainda desta realidade virtual.

Aquilo que dez anos atrás era conhecida como “Second Life”, parece cada vez a vida “real”, uma inversão do propósito original. que seria apenas uma realidade paralela, uma identidade virtual.

A extrema exposição que somos submetidos nas redes sociais, em contradição do nosso cada vez maior isolamento, faz com que conceitos, como Privacidade ou Identidade, sejam revistos. O arcabouço legal não dá conta das inúmeras novas relações que se estabelecem neste mundo “homem-máquina”.

As constantes modificações no mundo das máquinas, mais aperfeiçoadas, mais palpáveis aproximam e prendem mais e mais pessoas à este “novo” mundo. Quem escapará?

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  1. Second Life, Realidade Aumentada vivenciada por Cyborgs: atualizando o sempre atualíssimo Millor que escreveu sobre o mundo cada vez mais tecnológico: “Só depois que a tecnologia inventou o telefone, o telégrafo, a televisão, todos os meios de comunicação à longa distância, foi que se descobriu que o problema de comunicação mais sério era o de perto” (Millôr Fernandes).

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