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Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo
(Tempo Perdido – Renato Russo/Legião Urbana)
Todos os dias caminhando pelas ruas, aqui em Brasília, ou em São Paulo, como em outras cidades em que morei ao longo da minha vida, vem aquela esperança de que em algum instante algo vai acontecer, que pode mudar a vida, uma ilusão de que as dores e obrigações da vida, em particular da luta pela sobrevivência, ou melhor, da incertezas concretas do porvir, de trabalho, expectativas, contas, ganhos, sejam resolvidas, pelo menos aliviadas.
Ora, o dia vai avançando, independente do que esteja fazendo, o tipo de trabalho, de angústia do cotidiano, vamos simplesmente baixando às expectativas, matando os sonhos, na dura realidade e de que talvez, amanhã, noutro dia, a grande novidade vai chegar, ou não. Mesmo sentindo os anos passarem, sem que algo maior, melhor aconteceu, algumas vezes até coisas menores e possíveis não se realizaram, unicamente pela minha incapacidade de que não terem se materializado.
Pensando que a mega sena venha na terça, quinta ou sábado, nem mesmo jogar tenho feito, exceto nos momentos de que esteja acumulada ou prêmios especiais, obviamente, este escape, não vem e dificilmente virá, mas alimenta os cálculos, os devaneios, algo comum e necessário para que a vida ganhe cor, uma certa excitação do que poderia ser diferente, mas continuará como é, porque ela é assim e raramente será de outra cor.
De real e concreto ficamos com os nossos resultados, bons ou ruins, mas que são palpáveis e nos alimenta do que efetivo e verdadeiro de que somos, sem nenhum autoengano, porque a vida é cinza, com alguns tons de cores, nos momentos felizes, quase sempre escassos, inversamente proporcionais às nossas expectativas, quanto mais altas, menores instantes, quando se diminui, um certo sentimento de estabilidade e calmaria, seria melhor?
E assim seguimos, ou não!