Arnobio Rocha Política As pesquisas eleitorais e o (mau) humor brasileiro

1994: As pesquisas eleitorais e o (mau) humor brasileiro


As pesquisas e os riscos eleitorais, o (mau) humor dos eleitores.

As pesquisas eleitorais captam um momento, uma amostra e as tendências, elas não podem ser consideradas como situação definitiva, pois acabam desmobilizando e dão espaço para que os adversários aproveitem e aprontem surpresas, em especial, quando feitas próximas às eleições, não é o caso atual, muito longe e depois de crescimento consistente da candidatura Lula, durante 2021, agora uma reação de Bolsonaro deve servir de alerta.

É preciso analisar a razão da subida, pois havia uma tendência de vitória no primeiro turno, que tanto animou a esquerda em geral, mas acendeu a luz vermelha do bolsonarismo, e antecipou o movimento eleitoral, as alianças e as estratégias, até então Lula caminhava sozinho, seu recall eleitoral, e o fracasso do governo Bolsonaro, o que explicam o crescimento consistente diante de um país vivendo um caos.

O ano começa para Lula com a polêmica sobre o candidato à vice e com a política de alianças, as idas e vindas de potenciais aliados, vão criando alguns percalços para candidatura Lula, claro, os ataques começam a ser mais constantes, o desgaste é natural. Por outro lado, Bolsonaro pôs em ação sua máquina eleitoral e a usar a caneta, com algumas pautas positivas e com uso indiscriminado da máquina pública, propaganda, viagens e, claro, o presidente sempre pauta a conjuntura, fica em evidência, incendeia seus apoiadores, inclusive, os mais raivosos.

As últimas pesquisas captam exatamente essas movimentações, reafirmam que o espaço para uma terceira via é cada vez menor, o crescimento de Bolsonaro e o patamar alto de Lula, indicam um acirramento entre os dois, não dando espaço para uma “novidade”, pelo menos por enquanto, não houve uma queda e nem desidratação, nem de Lula e nem de Bolsonaro.

Quanto à candidatura Lula a definição das alianças, vice, palanque e programa são urgentes, para não dar impressão de que não há alternativa global ao desgoverno Bolsonaro, ou que pode haver dúvida da capacidade governabilidade futura, a situação grave do país é entendida como responsabilidade do governo de plantão, mas sem uma certeza do que tem de oposição, é natural não apostar na dúvida, numa eventual incerteza, num governo que terá que negociar cargos e posições.

Do lado de Bolsonaro, é preciso reconhecer que o desgaste geral do seu péssimo governo, não é completamente associada à figura de Bolsonaro, Com todas as características horrendas do presidente, ele se consolida com algo em torno de 30% de intenções de votos, um capital político inacreditável, tem que se dissecar onde reside essa força política e como dialogar com esse eleitor tão insensível ao humanismo e civilização, mesmo que esse debate não seja racional, pois há um aspecto quase religioso, messiânico.

É preciso calma, seguir observando, às vezes uma turbulência dessa serve para acertar o plano de voo, o “já ganhou” ou que as eleições seriam “um passeio”,  caiu por terra, é lutar dia a dia, entender que o neofascismo está vivo e forte, tem que juntar todas as forças possíveis e ir ao combate.

É isso, ou mais quatro anos de CAOS.

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