Desde ontem umas 22 horas até meia noite e meia, só respirei Vovô, como chamamos o agora Centenário alvinegro cearense, o mais querido, o meu Ceará. A jornada épica do clube que é 4 vezes Tetracampeão estadual ( 1915 à 1919 – Penta, 1975 à 1978, 1996 à 1999 e agora 2011 à 2014), um momento especial da comemoração dos 100 anos de lindas histórias, da imensas dificuldades do futebol cearense, mas também de tantas glórias e orgulho local.
Realmente busquei na memória qual ano me tornei alvinegro, mas penso que deve ter sido por volta de 1975 ou 1976, quando ainda morava em Bela Cruz, uma pequena cidade na região noroeste do estado. O que bem lembro é da nossa turma de garotos, o Walter “Piru”, o Raimundinho, o Claudinei, todos os filhos do seu Manuel, torcendo pelo Ceará e eles também torciam pelo Flamengo.
Ainda na minha cidade, como já contei aqui, tornei-me corintiano em 1977, no famoso gol do Basílio, visto numa TV na praça da cidade, aquela algazarra por um título que só entendi depois a sua imensa importância. Para desespero dos meus amigos, em 1978, por influência do tio Lindomar, também passei a torcer pelo Vasco da Gama, que acompanhei por alguns anos, até o Eurico Miranda me fazer ter nojo do clube.
Minhas maiores paixões foram e são, Corinthians e Ceará, meus alvinegros, aqueles times que mesmo quando montam esquadrões adoram fazer a torcida sofrer até os minutos finais, nada é fácil para estes ‘times do povão”, tudo parece ser mais difícil, mas também mais gostoso comemorar. Nesta madrugada, aqui em São Paulo, aflito, acompanhando pela internet o jogo final contra aquele outro time local, que me recuso a escrever o nome, um empate bastava, mesmo com time tão superior, mais uma vez, sofremos até os 53 minutos, quando o juiz finalmente apitou o fim.
Parabéns, meu Vozão, explodimos nas redes sociais do mundo inteiro, nosso orgulho de ser alvinegro, de ser Ceará, de ser cearense, de conquistar mais um caneco, consolidando nossa hegemonia local. Aqueles que desprezam os estaduais, não devem ter gostado dos estádios lotados nos jogos do Vozão, da linda Arena Ceará, o legado maior da Copa do Mundo, em pleno funcionamento, com as torcidas fazendo festas e vibrando em tão belo cenário.
Uma lembrança forte me veio ontem/hoje, a da minha ida em 1978 ao jogo da final, com tio Carlos e a prima Ana, o velho Castelão lotado, mal podia entrar, eu ali, minúsculo vendo o meu Ceará pela primeira vez, o radinho de pilha ouvindo o Paulino Rocha e a narração do Gomes Faria, voltei no tempo, para aquele outro Tetra, time do craque Amilton Melo e ao gol do Tiquinho, aos 45 minutos do segundo tempo, quanta emoção para uma noite só, confirmando os versos do hino: “teu passado é todo coberto de glórias, Campeão”.
#BoraVozao.