5 de dezembro de 2025

0 thoughts on “335: Traduções Gregas

  1. Li a Ilíada na tradução do Haroldo de Campos há alguns anos, na edição Bilíngue. A tradução é muito boa e as recriações poéticas são lindas. Das outras traduções, só li trechos pequenos, para comparar com essa. Confesso que achava as outras meio pobres…

    Com a edição bilíngue, me diverti muito. Eu ficava examinando aquela sopa de letrinhas (me lembrava minhas aulas de física na faculdade) e tentando decifrar o grego clássico ali escondido. Altas viagens :)

  2. Olá, Arnobio!
    Não li muito sobre mitologia. Vejo mais documentários…
    O último foi sobre o rei Minus.
    Obrigada pela dica!
    abraços

  3. Mario da Gama Kury traduziu muita coisa, porém, ao que consta, em um período relativamente curto, pois que numa época em que a carência de traduções diretas de clássicos gregos era imensa; suas traduções visavam suprimir de alguma forma isso. Apesar do esforço louvável, as traduções de Kury não são muito bem reputadas, ao menos no meio acadêmico…

    Quanto às traduções poéticas da épica ou de dramas, vale dizer que as recriações não são “invenções”, coisa que é muito confundida… Quando se diz de recriação, trata-se de recriação dos aspectos poéticos do texto, como jogos sonoros, cadências etc, mas sem descuidar da semântica. Obviamente que, neste tipo de tradução, as palavras muitas vezes não são literalmente traduzidas, mas nem por isso o tradutor está “inventando”. Aliás, traduções anteriores ao século XIX são, em geral, muito mais “invenções” do que traduções como se entende o conceito hoje.

    E, por último, tradução de textos poéticos (sejam épicos, sejam dramas) é sempre uma questão delicada, pois, se se opta pela tradução literal, trai-se a poeticidade do texto, que é tão importante – ou mais – quanto o mero sentido literal das palavras.
    Talvez pelo fato de os textos poéticos – os clássicos – serem majoritariamente traduzidos literalmente, e não poeticamente, é que pareçam “sem graça” ou até maçantes a muitos que o leram… Pois, além da distância cultural que separa aquele tempo do nosso (o que acaba sendo certo obstáculo para o leitor), o texto perde todo seu vigor e expressividade poéticos, o que por si só já é um “atrativo”…

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