Arnobio Rocha Crise 2.0 Crise 2.0: O banho de cerveja de Merkel

249: Crise 2.0: O banho de cerveja de Merkel

 

 

 

A Crise 2.0 também tem humor, o garçom realizou o sonho de quase todos os famintos e desempregados da Europa, pena que o banho de cerveja não limpe os pensamentos malignos e os planos de mais miséria de Frau Merkel.

Porém, foi Merkel quem deu um banho mesmo. Ontem, no Bundestag, ao aprovar oficialmente o aporte para Grécia, uma votação massacrante de 496 a 90, fez com que o pacote de ajuda à Grécia se torne programa de governo, inclusive as pesadas cobranças de austeridade e nenhuma autonomia ao estado grego. Uma anexação “branca”, sem armas, apenas a força do dinheiro.

Merkel se torna mais forte, impõe um ritmo de governo jamais visto na Alemanha desde Hitler, o poderio local, os valores e a prosperidade alemã são usados para ditar o que deve fazer no restante da Europa. O país se reunificou de forma extremamente rápida, absorveu o leste, mas o custo interno foi alto demais.

Durante o governo Social Democrata de Schroeder se aprovou as mais duras medidas contra os trabalhadores de toda a Europa, a famigerada “Agenda 2010”, desregulamentou o mercado de trabalho, criando o chamado “mini-emprego”, que na prática é a nova modalidade de contratação, respondendo por 2/3 de todos os novos empregos. São jornadas menores, com salários aviltantes, feito por jovens ou estrangeiros, que em algumas cidades chega a pagar de 400 a 800 Euros, quando, em tese, o salário mínimo deveria ser de 1500 Euros.

Merkel “surfa” esta onda de crescimento econômico, as empresas pagando salários menores, com apoio estatal para impor aos trabalhadores piores condições, contando no restante da Europa uma situação mais dramática, faz crer que na Alemanha se vive em pleno paraíso. As hordas de estrangeiros que chegaram a Alemanha trazidas pelo desemprego geral chegou apenas no ano passado, mais 450 mil novos trabalhadores, ávidos para “conseguir  o “mini-emprego”. São, em regra, trabalhadores muito qualificados que fogem da Grécia, Espanha, Portugal e até da Itália.

Duro e cruel é a nova realidade, mas que as grandes empresas e bancos lucram de forma nunca vista, uma verdadeira gangorra, de quanto pior a situação da Zona Euro, mais forte e melhor fica a Alemanha, melhor dizendo, os grandes capitalistas alemães. Merkel é a expressão melhor acabada deste “sucesso”. Veio do Leste, dura, insensível e ambiciosa, sequiosa por poder.

Parece que o banho de cerveja acaba virando a consagração assim como o banho de champanhe aos vencedores, mas não deixa de causar desconforto à poderosa Merkel.

 

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