2568: Sem Anistia, os Movimentos sociais e sua autonomia

A manifestação do Sem Anistia, 30 de março, na Paulista.

 

Vivemos uma longa conjuntura política mundial de retrocessos políticos, sociais e civilizatórios, tem pelo menos 15 anos, desde a enorme crise de 2008, algumas causas desde 1989, o que se refletiu na dificuldades de mobilização para esquerda no Brasil e no mundo. A questão da composição da classe é um dos grandes problemas, a transformação social, as relações de trabalho, pesam sob as organizações sociais e sindicais.

Claro que vai influenciar profundamente e explicam com os erros, alguns acertos e muitos autoenganos, o maior deles, as jornadas de junho de 2013, mas isso também é parte do debate, que deve fraterno e sem verdades a priori, pois a máquina da nova ultradireita soube capturar e amplificar desejos e frustrações contra o Estado e contra a Política.

Sou daqueles que não julga as decisões dos movimentos sociais, organizações sociais, sindicais quando decidem ir às ruas, ainda que a pauta seja, do meu ponto de vista, de difícil mobilização. Ir às ruas sempre faz bem, até para nos reconhecer em minoria.

Os movimentos sociais e políticos têm sua autonomia, seus erros e acertos, como também têm responsabilidades pelo que lutam, concorde-se ou não com as formas e meios utilizados, inclusive a resistência e embates, o legítimo direito de lutar e defender suas bandeiras e conquistas.

Os partidos em geral têm influência nas decisões dos movimentos sociais e ajudam a decidir, mas não os substituem, tendo eles responsabilidade política de conduzir o debate e apontar os riscos próprios. Então vejo o ato do Sem Anistia como importantes, minha opinião pouco importa se era não ter feito, justamente por achar que é uma pauta de difícil compreensão e, principalmente, de mobilização.

O resultado final podemos avaliar que foram abaixo do esperado, não reuniu número suficiente que possa demonstrar o sentimento popular sobre a questão, inclusive, podem ajudar o oposto, mas isso também é/era parte do risco.

Uma tarefa nossa é qualificar o debate, assumir os problemas e pensar novas estratégias de mobilizações políticas, quer sejam nas ruas e/ou em redes sociais, no parlamento, mesmo em outros fóruns políticos.

Ao debate!

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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