2560: TBT e os Dilemas (des)humanos!

TBT em branco e preto!

Hoje é quinta, um TBT, que é uma sigla que significa “Throwback Thursday“, ou seja, “Quinta-feira do Retorno”. É uma hashtag usada nas redes sociais para relembrar momentos do passado, às vezes é de data recente, outras mais distantes, mas que fazem sentido para sua vida, real ou virtual. Então vamos refletir sobre algumas questões pessoais minhas, mas que acredito que sejam comuns a tanta gente. Tentemos!

É fato que vivi algumas experiências radicais, em vários sentidos, especialmente com o advento das redes sociais, grupos de whatsapp, locais em que as caracterizações pessoais são as mais fortes e no limite, quase sempre destrutivas, em geral os embates políticos, mesmo nos grupos políticos, carregam um alto grau de subjetividade em que saímos do campo das ideias, filosofia, ideologia e envereda-se pela mesquinharias, não me toques, exigências de etiquetas (burguesas) para não ferir as sensibilidades, o que reduz a política aos encantos, empatias, títulos e identidades absolutamente secundárias, nada a ver com o mundo das disputas.

Claro que isso também é uma valoração pessoal, de como percebo as coisas e processo em mim, quase certo esteja eu completamente errado e realmente seja aquilo que me julgam/caracterizam, mesmo não sendo piada, que vão desde aconselhar tomar um tarja preta famoso, com consultas psiquiátricas (como se isso fosse me ofender), passando por cão de guarda do governo (até me orgulho por defender algo em que acredito), chegando a indigência intelectual. Seria realmente cômico, mas é trágico, o mundo ficou mais complexo, ou sempre foi assim, apenas temos mais proximidade para ouvir certas coisas?

Somos o que somos, aquilo que fazemos, deixamos de fazer e o que revela nossa índole, ações e atitudes, omissões, franquezas e fraquezas, pois cabem muitos em nós e ao mesmo tempo somos uno. Obviamente que também somos aquilo que projetam em nós, o que evidentemente não controlamos, nem devemos, o que pensam sobre nós é o livre pensar, eventualmente chegam em nós e refletimos (ou não) e podemos assimilar, ajudar a mudar, ou apenas ignorar, não por arrogância, longe disso, mas porque não dizem respeito a nós, mas a quem criou a imagem, não importa se boa ou má, nem mesmo neutra.

A luta por uma fotografia melhor (mais adequada) sobre nós talvez seja apenas para aquele instante, o que é bom, pois vivemos em processo, mudar faz parte dele, Não obstante, a dialética da vida não (deveria) pode anular o quanto somos, as contradições existem para nos impulsionar, não para apagar o outro, uma negação completa nem significa que mudamos, apenas negamos o que não éramos, o que no entanto não deve ser simplesmente afastado, em alguns (micros) processos, fazer tudo diferente poder ser o único caminho, uma espécie de salvação/redenção de nossos medos e dores que impedem de ter uma vida digna.

A idade e o tempo passado, vão nos enchendo de histórias, episódios. Quando criança ficava maravilhado ouvindo meu avô materno contando suas histórias, um pequeno mundo aquele, mas que era gigante, como ele se empolgava e torna feliz, mesmo quando era algo triste. Depois, já bem mais adulto, as referências de histórias passaram para meu pai, seu humor escondido naquela cara séria, os filhos e netos em volta para ouvi-lo, mesmo que soubéssemos até os seus suspiros e pausas teatrais, nos encantava profundamente, o que na prática o tornou uma figura especial e densa para nós, a imagem que tinha dele se alterou de forma incrível porque sua relação com os netos  o fez outra pessoa, aos meus olhos e sentimento.

Ou seja, vamos nos ajustando ao tempo, demoramos a entender essa dinâmica, o desconforto é que já não temos o mesmo tempo, e talvez nem seja mais possível ter alguma mudança.

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Author: admin

Nascido em Bela Cruz (Ceará - Brasil), moro em São Paulo (São Paulo - Brasil) e Brasília (DF - Brasil) Advogado e Técnico em Telecomunicações. Autor do Livro - Crise 2.0: A Taxa de Lucro Reloaded.

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