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Ao final do primeiro turno das eleições municipais até meados de janeiro de 2025, o Brasil passou por uma turbulência violenta com o câmbio explodindo, ataque frente ao Real, tendo seu pico na véspera do Natal, causando estragos na confiança e na popularidade do governo brasileiro, uma combinação cruel do “mercado” com sua mídia, somando-se o congresso e os partidos de extrema-direita, uma tempestade perfeita que pôs o Governo Lula III em alto risco.
A questão do dólar além de simbólica, tem consequências graves porque ele indexa a inflação futura, aprecia os preços de combustíveis e importados, claro que esse ataque massivo, determinou a taxa de juros, pressionou à dívida pública, os cortes no orçamento e criou um impasse sobre os rumos da economia em 2025.
A explicação para a escalada do dólar era a questão fiscal, de que o governo tinha perdido o controle sobre as contas públicas, que precisava cortar despesas, acabar com programas sociais e contingenciar o orçamento público, fazer mais ajustes para cumprir metas fiscais. Um ataque especulativo e combinado que visava quase derrubar o governo, ou no mínimo paralisar e criar uma sensação generalizada de incompetência administrativa.
Como esses arautos do mercado agora explicam o dólar em queda?
A troca do comando do Banco Central, saindo um bolsonarista, Campos Neto, que atacou todos os projetos do governo, chantageou o Brasil por 2 anos, mesmo sem ter tido um único voto, aliás, deixou uma BOMBA RELÓGIO que se prolongará por pelo menos uns 6 meses no mínimo, prova disso foi mais um aumento na taxa de juros, já sob nova direção, esta emparedada pelo “mercado”, pelos especuladores, os mesmo que exigem corte de gastos, pedem juros altos, que aumentam os gastos públicos…para pagar juros da ciranda financeira.
A extrema contradição é que a economia real há números poderosos de crescimento do PIB (com qualidade), de baixíssima taxa de desemprego, crescimento da renda, controle da inflação e déficit das contas públicas, abaixo do previsto em lei (do arcabouço fiscal), diminuição de 250 bilhões, para menos de 50 bilhões. A balança comercial positiva e o incremento do PIB da indústria entre as maiores taxas em 20 anos.
Ainda que os preços dos supermercados estejam altos, uma herança maldito, o Governo Lula III recebeu com uma curva alta dos preços e mesmo não aumentando, não conseguiu diminuir, alguns preços sensíveis cresceram, mas aposta de aumentar o poder de compra, não está em linha com os preços dos supermercados, deve-se fazer um esforço ainda maior para derrubar pelo menos alguns itens mais sensíveis ao povo brasileiro.
O Governo Lula III tem números e realizações robustas, no entanto, não soube enfrentar o poder deletério do Mercado e de sua mídia, dos políticos de extrema-direita e suas propagandas eficientes para desgastar o governo, o que dá sempre a impressão é de que está nas cordas, pressionado, vide as eleições das mesas legislativas, Câmara e Senado, dominados por políticos com apetite voraz pelo poder e pelas verbas públicas, orçamento, ministérios fortalecidos pela mesma mídia que pede ajuste fiscal, alimenta os que querem explodir os gastos.
As eleições de 2026 viraram pauta antecipada, justamente no momento mais tenso do Governo, caso os índices de popularidade fossem outros eles não teriam interessem em discutir agora 2026. A mídia atacaria Lula por campanha antecipada, no entanto, como tem margem para desgaste dele agora, ela antecipa o calendário, lançando seus nomes, fixando ideias, criando especulações sobre a capacidade física e mental de Lula, atacando o Ministro Fernando Haddad, por seu protagonismo.
No campo progressista o que se vê é uma dificuldade de compreensão do que estar em disputa, muitos aceitam a pauta do “mercado” e de sua mídia, entram numa postura de divã, preferem exigir “autocrítica” em todas as esquinas, reforçar os ataques dos inimigos e quase sempre não apontar saídas, jogando sobre Lula toda a responsabilidade e as respostas, alguns, inclusive, votam contra o próprio governo.
Aliás, reduzem todos os problemas à Comunicação, quando na verdade essa é um resultado da Política, daquilo que se fez, do que se elabora e como transformam em linguagem que se conecta à realidade das pessoas. Claro que há problemas na Comunicação de várias espécie, o maior deles é de estratégia política, de transformar os resultados conseguidos em algo direto e palpável, concreto na vida das pessoas.
É hora de ajuste de conduta e olhar para 2026, que está tão perto.