Não importa qual seja a sua fé, ela sempre é carregada de uma emoção especial, os sinos, as trombetas, os alto-falantes, os tambores, todos soam por Alá, ou Javé, ou Deus, ou D’Us, ou Olorun, ou Shiva, ou Buda, o som que toca o íntimo de cada um.
Aquele som que chama os seus fiéis para ir vencer o profano, receber o sagrado, do que acredita ser. É uma relação de amor, de reconciliação e recomeço, pois a religião é Re-ligar, o pio e o ímpio, para celebrar o que existe, ou não existe, o que é apenas imaginação, mas lhe conforta.
Desse momento especial , o reconectar do concreto ao abstrato, causando profunda comoção pessoal, na esperança de que seja verdade (e é verdade) naquilo que creem, por sua natureza esotérica e etérea.
Nunca coube a mim desafiar a fé de ninguém, os seus princípios e os mistérios humanos que movem pessoas com alta formação acadêmica, cultural, ou as mais simples, que se juntam num templo, num terreiro, ou numa sinagoga.
Desse lado, a contemplação, a tolerância, o respeito, ainda que me seja indiferente, ou não ter nenhuma relação de culto, ou partilhar do que veem, ou não veem.
Moro num local em Brasília com vários templos, igrejas e uma mesquita, uma convivência aparentemente pacífica e respeito mútuo, o que deveria ser a regra, pois na essência todos ali procuram, a seu modo, conhecer algo que faz sentido, mesmo sem ser palpável.
É essa a essência da fé.