2412: (Re)Viver


A imensidão da Baía de Guanabara

“Dos solos contra o mar, do oceano aos continentes,
jogam-se os temporais com ímpeto profundo;
zona de assolasses e criações potentes,
que desfaz e refaz perpetuamente o mundo.
Ígnea precede a morte ao trovejante horror.
Mas nós, os cortesãos da tua imensidade,
gozamos luz e paz por toda a eternidade.”
(Fausto – Goethe)

Muitas vezes fico a pensar que a nossa vida seria muito melhor se houvesse a possibilidade de que um ato, um que fosse, pudéssemos modificar, quem sabe 15 segundos de rebobinar o filme da vida, mudar uma decisão, seguir outro caminho, evitar um mal que carregamos para o restante.

Raramente não nos arrependemos de vários de nossos atos e ações, de muitas palavras ditas, escritas, até imaginadas, isto pode acontecer com certa frequência, nas múltiplas relações que estabelecemos, tanto na vida pessoal, privada, quanto nas questões públicas, de trabalho.

O cotidiano muita vezes é um pesadelo e nossas frustrações (de qualquer tipo) falam, gritam contra nossa razão, fleuma.

Tentamos racionalizar quase tudo na vida, aprender, mitigar nossos erros, dominar nossas paixões, nossos arroubos, para “errar menos”, mas o que seria errar menos? Nossas decisões, das mais simples às mais complexas, só serão compreendidas (independente se boas ou más) no futuro, e quase sempre elas se dão num instante, sem retorno.

Meus domingos são tomados por essas dores, por reflexões que me tiram do prumo, de reler minhas várias vidas, numa só. É o dia de sentir minhas perdas mais caras, daquelas que o tempo não apagará jamais, apenas vivemos para sentir, maiores ou menores, como a açoitar a mente, doer o coração.

Ah, se pudesse te ouvir, Letícia!

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