Arnobio Rocha Política Ex-juiz&Bolsonaro, um caso de (sem) amor!

Ex-juiz&Bolsonaro, um caso de (sem) amor!


Dois oportunistas no Maracanã, a sonora vaia foi a resposta.

“Now all my days, are filled with tears
Wish I could go back, and change these years”
(Changes – Ozzy Osbourne)

Ouvindo a balada Changes do Black Sabath, na incrível voz de Charles Bradley, mas seria apenas uma grande fuga para outras reflexões que não sejam sobre um país, como o Brasil, numa vibe ruim demais, sem esperança e que parece estar a se desmilinguir rapidamente. Todas as notícias envelhecem na velocidade da internet, sem chances de maiores análises.

A penúltima (sempre se espera algo pior) notícia do ex-juiz é que se afastará por uns dias, férias ou qualquer coisa do tipo. Ora, o então confiante ministro da justiça, hoje, é um ministro-refém da família Bolsonaro, mas que parece que viver uma estranha simbiose com seu chefe, pois tudo que havia de pior na política e no judiciário se reuniram para tornar o Brasil o pior dos mundos.

Dessa união que mistura uma sanha messiânica jurídica com um oportunista monotemático e medíocre de 32 anos no congresso, nada de bom ou construtivo poderia surgir, apenas se aproveitaram uma conjuntura mundial de retrocessos e cavalgam na escuridão.

Os dois agora dividem os palcos, um se alimentando do outro, não saíram do palanque e continuarão nele, até 2022, aparentemente juntos, mas que no desenrolar da conjuntura, como na fábula da rã e do escorpião, nada garante que não virá a picada fatal, quem é quem, difícil dizer. Apenas atuam na cena para um salvar ao outro.

A tática do guru da extrema-direita, Steve Bannon, que foi receitada ao Trump, de que tem que fazer campanha eleitoral permanente, uma espécie de “revolução permanente”, da Direita, quer que seja aplicada ao Brasil. As figuras públicas vencem as eleições e não administram, apenas encenam e permanecem no palco e não se responsabilizam pelos seus países. O Show deve continuar…

A questão é que nos EUA a burocracia do Estado Gotham City administra a máquina, independente se o presidente é Obama ou Trump, a política parece algo absolutamente secundário, assim como a Democracia. Aliás, esse domínio da burocracia se acentuou com a Crise de 2008, tinha ganhado impulso com o 11 de setembro.

A realidade do Brasil é completamente distinta, o poder da caneta e das decisões presidenciais ou de um governador, de um prefeito, pesam imensamente. Os poderes mesmo tendo, em tese, equilíbrio, o executivo, em última análise define os rumos do país, do estado ou de um município.

O Judiciário, via o ativismo do STF, mas com as ações policialescas da lava jato, ocupou um espaço político-legislativo inédito, o que explica a função do ex-juiz nesse governo sem cérebro, acaba servindo de fiador dos desatinos de Bolsonaro e, pior, não investigando as relações familiares explosivas.

O que se tem no Brasil, nesses seis meses de Bolsonaro, é um presidente que não tem ideia do que é presidir um país, vive no twitter, ou de dar vexames internacionais. Montou um ministério de figuras absolutamente despreparadas, sem conhecer o estado ou capacidade de formulação política, gestão governamental e sem nenhuma sensibilidade social.

Essa incapacidade geral se reflete nas inações, nenhuma medida econômica foi tomada para o combate da crise econômico e do desemprego, o país entrou em colapso, como consequência sua popularidade caiu para níveis críticos e inimagináveis em tão pouco tempo.

A presença do ex-juiz serve de moleta para um presidente sem brilho, mas os graves problemas do ex-jui,, suas atitudes na lava jato, agora publicizadas pelo The Intercept, criou uma situação limite, que apenas o bolsonarismo consegue absorver sem crítica. Cada dia mais se isola do imaginário do incorruptível, do “patriota” e outras tolices a ele creditadas.

O balé esquisito, ex-juiz&bolsonaro, aguentará quanto tempo mais? O afastamento temporário do ex-juiz, pode indicar um período mais instável que se avizinha?

É ouvir música ou tomar Rivotril, aguardando novos vazamentos e/ou afastamentos.

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