Arnobio Rocha Reflexões Das Observações e das Leituras.

1503: Das Observações e das Leituras.


O observador atento, ou não, muda nossa vida e valores

“Eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Em nenhuma fantasia
Nem no algo mais” (Alucinação – Belchior)

De quase todos os ângulos, costumo analisar os fenômenos que nos cercam, nem sempre consigo abranger, parece que escapa algo, o que não é ruim, demonstra que ainda temos muito por aprender. Até mesmo aqueles temas que pensamos dominar, acaba surgindo mais perspectivas, assim, se dá quando relemos um livro, ou revemos um filme, abri-se novas visões.

Agora começo a reler muitas das coisas que andei escrevendo, nestes últimos dez anos, que esse blog existe, mesmo que alguns textos, tenham 20, 25 anos, parece que não responderam ao que realmente pretendia dizer, em cada momento, tenho péssimo hábito de lembrar de detalhes, de como escrevi, como, por quê, então, lendo hoje, percebo a imaturidade, ou mesmo, em alguns caso, que conseguia ter mais profundidade, antes.

Ora, se escrever é ritualizar o que sentimos, é registrar o que pensamos, quase uma foto de nossa mente em funcionamento, conseguir trazer do cérebro para a tela ou papel. O processo criativo, na maioria das vezes, não é simples, fácil, justamente porque é complexo expressar ideias, tornar mensagem, aquilo que elaboramos de forma abstrata, não concreta.

Trata-se não de um mero exercício de transcrever algo vivido, ou que presenciado, mas trazer ao mundo, aquilo que estamos delicadamente pensando, que conseguimos observar, que sairá do campo especulativo, para materializar-se em palavras, parágrafos, textos. Aqui pouco importa a complexidade, a sofisticação do que se escreve, mas a existência dele.

O último estágio é tornar essa prática num cotidiano, um prazer, algo como beber, dormir, andar. A arte passa a existir como natural, no meu caso, tornou-se uma necessidade, uma forma de viver e trazer para pessoas, próximas ou distantes, um diálogo, que nem sempre temos como realizar, pela dinâmica da vida, pelo cotidiano, pela luta para sobreviver, trabalhar.

O que penso hoje, não é o que vivia ontem, ou há dez anos, é algo melhor, mais sutil e satisfatório, especialmente, quando superei as preocupações tolas de audiência, ou de que houvesse retorno, comentários e/ou debates, algo autoritário, como se obrigasse, ao ler, alguém tem que mostrar que leu. Então, livre disso, ficou mais tranquilo e prazeroso escrever, pensar, sem espera de paga.

Continuamos e persistimos.

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