Arnobio Rocha Tecnologia Blogs e Artesãos

772: Blogs e Artesãos

 

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“A arte é um casamento entre o ideal e o real. A criação artística é um ramo do artesanato. Os artistas são artesãos, mais próximos dos carpinteiros e dos soldadores do que dos intelectuais e dos acadêmicos, com a sua empolada retórica autorreferencial” ( Camille Paglia)

 

É fato, escrever um pequeno blog é mais ou menos como “João e Maria” que soltavam as migalhas de pão no caminho, esperando achar a volta, ou alguém que os seguisse. Não há relação perene, são milhares de páginas a cada segundo, uma infinidade de temas, assuntos, interesses, individuais ou coletivos, que inundam a rede de forma incrível. Há de tudo, nem adianta se achar o tal, milhares farão mais e melhor que você. Aceitando esta premissa, partimos em frente, jogando nossos pedacinhos no espaço virtual.

Talvez, nossa busca, neste labirinto, seja encontrar o “fio de Ariadne” que possa nos conduzir a terreno mais sólido, ter uma relação umbilical com os leitores, poucos ou muitos, que vamos encontrando nesta aventura. Ora, Ariadne deu a Teseu a saída do labirinto, a certeza da volta. Sendo o labirinto o útero, Teseu o feto e o fio de Ariadne o cordão umbilical, a saída para luz, pra vida. O blog não passa de um labirinto, um útero fértil, falta-nos o cordão que nos ligue, efetivamente, como nossos leitores.

De toda sorte, compreender os limites e as possibilidades de um blog é mais importante do que escrevê-lo, o trabalho, no meu caso, é artesanal, nada de facilidades, mãos terceiras, copiar e colar, é feito individualmente, pensado coletivamente, gerido de forma grave e, parido com dores. Vamos recolhendo histórias, observações, burilando ideias, para ter algo que se aproxime do que realmente somos, ou, do ideal, que deveríamos ser. Nem sempre conseguimos, mas tentamos, honestamente.

O que é mais difícil é não cair em atalhos, fugir do óbvio, este caminho é muito cheio de armadilhas, aquilo que bem diz Camille Paglia, nos aproximamos de artesãos, até nisto o blog, é metáfora da vida real, aqui também o que predomina é a autorreferencial, esta, parece ser, o fio de Ariadne, ou o parto por cesariana, que muitos seguem. Os grupos, as turmas, vão se fiando um a um, sem que qualquer um outro possa, neles penetrar. A dinâmica é muito clara, uma rede, mal tecida, pode levar a uma queda, num balanço mais forte.

Perseverar, manter-se firme e curioso, publicando mil vezes, quem sabe achemos uma fórmula?

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