Arnobio Rocha Reflexões Um dia em 2019 (Post 132 – 86/2011)

133: Um dia em 2019 (Post 132 – 86/2011)

 

 

 

 

O sol se põe na janela ao longe, a música que toca baixinho é “Sounds of the Sea“(Renaissance,1972)  mais um dia que passa deste ano que tanto sonhei um dia chegar, pena que o primeiro flash que tive deste ano tinha meus 13 ou 14 anos, agora com o peso dos 50 anos não posso voltar a sentir o frescor da idade, é apena um ponto perdido do passado esta lembrança. Hoje não foi nada fácil, filhas longe de casa numa data especial, mas entendo os seus motivos.

Rápido preparo e me dirijo ao Teatro Municipal de São Paulo, hoje estréia mundial de Hamlet, uma produção internacional que tem como maior estrela Gong Li, não foi determinada pela poderosa China por acaso, mas pelos ensaios que vi em Nova York ela está majestosa como Gertrudes, minha filha foi recrutada no concurso promovido pela Royal Shakespeare, não sei se agüento de emoção de vê-la como Ofélia, um sonho dentro de um sonho.

O velho teatro Globe adaptado para capturar imagens, sons movimentos e simultaneamente estas são transmitidas holográficas reais e serão exibidas nos cinco continentes, pontualmente às 22 em Londres, 19 horas aqui em São Paulo. A sala está cheia não me contenho, mais uma vez li, num velho livro a peça de que tanto amo, mesmo tendo algumas vezes repassado as falas com ela a emoção bate mais forte quando as luzes se apagam. Os artistas representam no Globe, mas eles estão lindamente em nossa frente, é só mais um milagre da tecnologia.

Aliás, conviver com ela não tem sido fácil, o metrô virou um grande encontro de pequenas telas transparentes (produzidas pela poderosa companhia Tyrell Corporation) quase imperceptíveis, mas que indiscretamente as imagens 3D invadem seus olhos acabamos compartilhando o cotidiano, taras e manias dos exibicionistas, fico a lembrar dos antigos rádios Nextel que ouvíamos todo tipo de conversa. Hoje som e imagem, um velho amigo disse que até sexo virtual presenciou num shopping.

Agora vendem umas cápsulas que faria o Viagra ficar “vermelho de vergonha”, as extras-sensoriais, que quando usadas os prazeres sexuais são imediatos, as sensações e fantasias realizadas em poucos instantes, realmente ou estou velho demais para usar ou jovem demais para precisar. Mas leio que os maiores consumidores são os jovens e em segundo lugar a 5ª idade, que chega tranquilamente aos 100, mas se acha marginalizados na hyper-sociedade.

É certo que não nos comunicamos por telepatia, mas hoje as pequenas estações de comunicações caseiras possibilitam uma interação entre as pessoas em qualquer lugar do mundo, as imagens saltam das telas e são reproduzidas como se estivéssemos lado a lado, talvez no passado achássemos que são fantasmas que estão a conversar.

Minha outra filha que mora em Istambul, tomou gosto pelos gregos, herança paterna(felizmente ou infelizmente), pesquisa a guerra de tróia, na Capadócia, levou uma pequena antena MIMO-One que trabalhando com seu multi-Smart consegue se comunicar conosco de qualquer parte nas regiões inóspitas. A antena MIMO reproduz um sistema celular completo, que se adéqua a qualquer país e região, busca sua própria freqüência e passa a funcionar. Mas já disse, “desligue quando você tiver com seu namorado, seu pai está velho para se acostumar com isto”.

As luzes se acendem, irrompem-se as palmas e os gritos de “bravo” as lágrimas caem, estou aqui e vivendo uma realidade quase virtual.

E você como sonha com 2019? Conte para nós…

Ficheiro:BladeRunner-Pôster.jpg

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0 thoughts on “133: Um dia em 2019 (Post 132 – 86/2011)”

  1. Se os sonhos mais estranhos fossem possíveis… Em 2019 meu filho pegaria suas mães já não tão novinhas em casa para irmos juntos a um divino show, que somente os sonhos podem embalar: nossa família feliz ouvindo uma parceria entre Cassia Eller e Zeca Baleiro, onde eles cantam para nós que o mundo ficou diferente e que podemos todos ser felizes… Um sonho…

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