Arnobio Rocha Crise 2.0 Viajar é Viver.

1830: Viajar é Viver.


Harajuku, Tóquio uma rua absolutamente inusitada, não tem como explicar, só indo.

Viver é uma viagem.

Essa viagem pode ser feita de várias viagens, desde aquelas em que você deixa sua raiz, seu torrão natal e ganha o mundo, ainda que seja apenas por sair do “Condado”, como fez Bilbo Bolseiro, ou vai mais longe, expandido seu horizontes como Marco Polo, expandido seus conhecimentos, experimentando outras culturas, gentes, povos, gostos, comidas, gestos e olhos.

Há ainda as grandes viagens oníricas em que no ato de dormir viajamos para longe de nós e assim criam realidades incríveis, utopias de vida e sociedade, mundos fantásticos cheios de magias e sentidos, frutos de nossa fértil imaginação, memórias de nosso inconsciente coletivo de informações gravadas na alma e no cérebro de cada um, com toda complexidade humana.

De vez em quando me vem à memória as minhas próprias viagens, uma espécie de encantamento e inacreditável para alguém nascido numa minúscula cidade do interior do Ceará, Bela Cruz, ali distante de Fortaleza, muitas vezes isolada pelas cheias do rio Acaraú. Meu pai era caminhoneiro foi o incentivador da curiosidade de conhecer os lugares, sair de onde estávamos.

Nem mesmo nos meus sonhos imaginava conhecer e ir onde fui, onde a vida me levou, a quantidade de cidades em que vive, conheci e morei. De Bela Cruz para Fortaleza, não era uma simples mudança, depois as porta da Escola Técnica Federal, movimento estudantil e tantos congressos, encontros, Brasília, Goiânia, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Juiz de Fora, São Luís, Natal, Recife, Porto Alegre.

Numa dessas viagens conheci São Paulo, abril de 1986, e fiquei enfeitiçado, mudei para cá (julho de 1989) aos 20 anos. Desde aqui, para tantos voos e perto e longe, coisas de tirar o fôlego como as centenas de ida ao Rio de Janeiro e toda vez ficar arrebatado pela beleza de uma cidade gigante, acidentada e parecida esculpida à mão, os cortes de litoral, morros e montanhas, o avião sobrevoando a ponte Rio-Niterói, a majestosa baía da Guanabara.

As aventuras de ir ao Japão, em 1996, duas idas e voltas, as escalas em Los Angeles, uma cidade linda, enorme, avião atravessava e quase não chegava ao aeroporto, em que se ficava confinados por mais de horas, sem ir conhecer a cidade, uma vontade de sair e caminhas pelas ruas vistas de cima.

As espetaculares cidades nipônicas, tantas e tantas vezes andando pelas ruas de Tóquio, nem conseguia acreditar, caramba, estou aqui, como cheguei, por que estou aqui? Depois as incríveis, Nagano, Kioto, Osaka, Nara, Kobe, Hiroshima, Niko, Atami. Era para não acreditar, 21 anos depois voltar lá, foi quase para confirmar que não tinha sido apenas um sonho.

Depois continuo…

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