Arnobio Rocha Política O Bolsonarismo – Como querem Construir um “Mito”.

O Bolsonarismo – Como querem Construir um “Mito”.


A arma contra a Democracia, sempre pronta para disparar.

“os mitos oferecem modelos de vida. Mas os modelos têm de ser adaptados ao tempo que você está vivendo; acontece que o nosso tempo mudou tão depressa que o que era aceitável há cinqüenta anos não o é mais, hoje” (O Poder do Mito – Joseph Campbell)

Uma nova grande crise se aproxima, somando-se as todas as outras, da economia em fragalhos, educação e ps, direitos destruídos, todos atacados pelo pífio governo de Bolsonaro. No desespero, Bolsonaro, convoca seus seguidores para emparedar o Congresso Nacional, numa manifestação que o próprio Presidente fez questão de chamar em suas redes sociais, o que se constituí crime de responsabilidade, segundo a Constituição Federal.

O vídeo convocando um “Golpe dentro de um Golpe“, é extremamente bem feito e cuidadosamente faz associar a tentativa de homicídio sofrida, ao patriotismo e heroísmo de Bolsonaro. Sincronizou o ataque com a reação dos políticos a ele, especialmente a “esquerda corrupta”, que impedem que Bolsonaro governe e realize coisas como : Combate ao “comunismo”, a destruição da família, o kit gay e a defesa da religião. 

O bolsonarismo é quase uma seita, um ponto abaixo de uma religião, mas com todas as características que formam uma: Mitologema, cosmogonia e escatologia.

Nesse panteão, a Política, Poder, é uma parte fundamental, para que um tipo específico de grupo assuma o controle do Estado, obviamente que um setor do Kapital patrocina essa aventura tresloucada, mais vai bancar até quando? Enquanto lucros e destrua o poder de reação dos trabalhadores e suas conquistas.

Essa narrativa precisa ser desconstruída exatamente no seu nascedouro, a mídia tem que entrevistar o tal do Adélio Bispo, por exemplo, saber mais sobre o episódio, o passo inicial.

O imaginário foi tecido desse ponto, sem a tal facada, Bolsonaro não teria chance eleitoral, no momento que ele se desnuda como inepto, voltam para a cena do crime para se reconectarem com o “mito”, religião é religar-se com o mito, celebrar é reviver, “Cristo partiu o pão”…

O vídeo nos deu a pista central do Mito. A diferença no passado é que esse tipo de crendice demorava décadas ou séculos para pegar, a internet subverte o conceito de tempo, para o bem e para o mal. Eles se conectaram com um Mito de forma instantânea, podem se desconectar imediatamente, basta quebrar o ciclo.

A tarefa política fundamental é dessacralizar uma possível farsa, uma mentira que se sustentou em várias  outras, das mamadeiras de piroca ao kits gay, passando pelo terraplanismo.

Como fazer URGENTE essa contra narrativa? Um novo e pior Golpe bate à porta.

Os partidos políticos da direita à esquerda, vão tolerar essa afronta? Os demais poderes, legislativo e judiciário, vão se calar, alguém querer ser ungido e ficar por isso mesmo? E as instituições da sociedade civil, OAB, ABI, a mídia grande, todos ficarão paralisados?

A narrativa de um mito, se dá nesse vazio institucional, muito além da política.

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