Arnobio Rocha Política Afinidades Eletivas – ou, A Renúncia a conviver com Fascistas.

Afinidades Eletivas – ou, A Renúncia a conviver com Fascistas.


Obras de Marcius Galan, vista da exposição “Afinidades Eletivas” na Galeria Esther Schipper, Berlim, 2018. Foto: © Andrea Rossetti

“Existe uma cortesia do coração; ela guarda afinidades com o amor. Dela se origina a cortesia mais amável do comportamento exterior” (Afinidades Eletivas – Goethe)

O texto abaixo foi escrito em 02.10.2018, pouco antes do primeiro turno, prenúncio do mal banalizado no Brasil, e , infelizmente, parece cada vez mais atual, apenas complementei, pois foi uma publicação rápida de Facebook precisava ser adaptado ao formato do blog.

Quais as razões de se ter contato social, amizades, dividir uma mesa, um café, uma cama, trocar palavras com um eleitor do Inominável? O que pode significar para sua vida, pois você ainda a tem, pois não se sabe se disporá dela, a vida, depois de alguém como ele e sua trupe, tomarem o governo para si e para sua ideologia destruidora.

Aqui não se trata de nenhum radicalismo, mas de uma forma de preservação pessoal, de valores humanos e de sentido de vida, ética. Nada acrescenta, ao contrário, diminui, manter uma convivência que jamais é civilizada, não por nossa opção.

O tipo de selvageria, do bater panelas para evitar ouvir um outro, exige desse outro, nós, um distanciamento necessário para que entre eles, possam se digladiar, pois o monstro se alimenta de sangue, de alma, de vida.

Pouco ou nada de pode fazer, nesse momento de catarse, transe, pois não há um único instante de racionalidade, o pathos é violento, destruidor, o culto ao fogo e a tragédia. É uma opção cega e desprovida de amor, compaixão, apenas dor.

Amigos, a humanidade de vez em quando mergulha nas trevas, em vários momentos, desde os tempos mais remotos, é quase um namoro com o abismo, nem sempre aprendemos para não repetir, pois parece está dentro de nós, esse tesão pela extinção da espécie.

Em nome de uma purificação de raça humana, de homens “bons”, matamos aquilo que temos de melhor, a diferença, as contradições. Os redentores terão mais cinco minutos de fama, depois anos, décadas de vergonha.

Por isso, decidi realmente não interagir, nenhum tipo de contato, que não seja obrigado, com aqueles que nos querem destruídos.

É só uma questão de sanidade, saúde mental, sobrevivência.

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