Arnobio Rocha Estado Gotham City O Retorno das Férias Americanas do Ex-juiz – A Tática do Confronto.

O Retorno das Férias Americanas do Ex-juiz – A Tática do Confronto.


No desespero, o ataque fascista.

“Vou apertar
Mas não vou acender agora
E se segura malandro
Pra fazer a cabeça tem hora”
(Malandragem dá um tempo – Adelzonilton Barbosa Da Silva / Luiz Carlos Da Silva / Moacyr Da Silva)

Aparentemente as férias do ex-juiz, o protocolar ministro da justiça (sic) serviram para que voltasse com uma tática ousada de enfrentamento aos vazamentos do The Intercept, do escândalo conhecido como #Vazajato. Reforçado pelo ares dos EUA, o retorno é no estilo Rambo, aquele é herói de muitos músculos e pouco cérebro, tipo: Prendo e arrebento.

Essa tática pode se perceber em quatro frentes de ataques, com duas fases, uma preparatória e a outra ofensiva:

1. Usar falas de membros do governo e de seu bloco político que se dizem hackeados;
2. Usar a PF para prender os raquis de Araraquara;
3. Usar desses supostos materiais para elaborar uma “lista” de alvos, coincidentemente as maiores autoridades da República;
4. Usar Portaria para ameaçar de expulsão o jornalista Glenn Greenwald

A Preparação

De uma semana para outra todo mundo se diz hackeado. Porém  a credibilidade das queixas de autoridades como hackeadas não podem ser levadas à sério, a simples forma de dizer que houve envio de mensagens para jornalistas com número de celular, não significa nada. Por exemplo, um número de celular DESATIVADO de Paulo Guedes teria sido usado, o que mostra que nada foi muito planejado, apenas criar um clima.

A segunda ação foi a  ópera bufa da prisão dos tais raquis de Araraquara entrará em breve no anedotário popular, as redes sociais e os memes transbordam, nem os aliados mais fieis conseguem acreditar que realmente esses quatros néscios, possam ser hackers, apenas a mídia amiga, para não faltar ao aliado, deram manchete. Para piorar, na terra das laranjas, parece piada pronta

O Ataque

O vexame da preparação exigiu que se passasse para a segunda fase, a ofensiva, que traz a mais grave falha funcional do ex-juiz, pois uma investigação sigilosa, o ministro da justiça não pode ter acesso a ela. Além de ter, elabora uma lista e passa a ligar para autoridades, assustando-as, mas ao mesmo tempo garantido que está tudo sob controle, que ele vai destruir o “material’.

A violação do sigilo, não é algo novo na carreira do ex-juiz, que tudo podia na lava jato, mas agora não tem a capa de juiz, é um mero servidor público nomeado politicamente, apenas para lembrar, o ex-ministro Palocci caiu por suspeita de quebrar sigilo de um caseiro, imagina o ministro sabendo de cada um dos supostos alvos e suas mensagens, sem tem poder, promete apagar tudo.

Tentou mostrar força, diante de um dificuldade, vende uma grande facilidade. Agradecimento eterno, como também medo de que uma cópia fique em suas mãos, ninguém nunca sabe o dia de amanhã, não é mesmo?

A última parte da ofensiva é ato de desespero, a publicação da portaria 666 (não é mais uma piada), que remonta uma sanha autoritária de regimes fascistas, a xenofobia latente é parte dela, mas de fundo é uma forma de querer enquadrar o jornalista estrangeiro que trouxe ao grande público as práticas nada republicanas dos membros da Lava Jato, de como agiram para perseguir, combinar ação, condenar, depois se beneficiar dos seus atos.

A ousada tática esbarra na realidade, a construção elaborada nas férias com Mickey e Pateta, pode levar, mais uma vez, o país para o abismo, em nome de quê?

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