Arnobio Rocha Reflexões Ao Querido Pai, Três Anos Sem o Senhor.

1530: Ao Querido Pai, Três Anos Sem o Senhor.


Ao meu velho, com amor.

Meu querido e amado pai,

Os três anos de sua partida parecem longos, de alguma forma vamos nos acomodando com as nossas saudades. A minha é sempre lembrar que seu número de celular continua gravado aqui e com seu nome, pois era nosso meio de comunicação, muitas vezes, até três ou quatro vezes ao dia, outras, era apenas um bom dia e pedir sua benção, a certeza de que estava ali.

Esse tempo me pôs, tragicamente, entre dois sentimentos terríveis, perder o senhor, e perder minha filha, Letícia, sua neta tão amada. Aquela paulistinha que o senhor com tanto zelo e amor, ia preparar o cavalo para ela andar, o que para ela era motivo de tanta felicidade. As vezes que íamos para Santa Maria, sentar no alpendre, as meninas andado a cavalo e nós curtindo a preguiça nos tucuns.

As suas deliciosas histórias, mesmo sabendo até a hora das pausas, sempre pareciam novas e contadas com tanta graça, típicas do Pedro Rocha. Muitas vezes a saudade ela se materializa nos detalhes que sua ausência nos causa, não pela dor, de uma distância que não será possível de ser superada, mas porque não vamos ouvir tal e qual coisa, que nos prendia ao senhor, meu pai.

A mamãe chora de saudades, dorme abraçada ao seu retrato, lhe tem como presente no dia a dia, o que é bom, ainda que reclame sua falta ou porque não vieste buscá-la, um exagero. É claro que nos divertimos fazendo galhofa com ela quando lhe chama de “santinho”, não podemos perder a oportunidade da piada, afinal, somos filhos de quem mesmo? O senhor não perderia a piada, nós também, não.

Hoje, não pude ir ao Ceará, acompanhar a minha mãe na sua missa, uma pena, está se aproximando o aniversário de 77 anos dela, sei que fica mais reclusa, mas, de longe, lhe daremos muito amor.

Beijos e sua benção, de onde estiver.

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