Arnobio Rocha Reflexões O Hoje, é o que importa.

1504: O Hoje, é o que importa.


O mergulho profundo, na alma, na psiquê…

“Que ditosa ilusão, supor que ao homem
seja dado emergir do mar dos erros!
O que é mister saber, ninguém no atinge,
e o que se alcança para nada presta” (Fausto – Goethe)

Sim, agora tudo ou nada, pouco importa. A fase de tensão da alma do que não se tem, do que se poderia ter, ou mesmo o porvir, já não mais me aflige, nada mesmo.

Tornei-me, momentaneamente, quase um Rajneeshee, do viver o hoje, pois nunca sabemos se haverá o amanhã, ou se houver, não mudará o que se é, hoje, nem a perspectiva do que somos, ou para onde (não) vamos, ou que viria a ser, o depois.

As preocupações do Dr Fausto, eram as minhas, as mesmas vaidades, os desejos, a dualidade, albergar os dois espíritos, o primeiro, preso à terra, o local, o outro que lutar em voar, sair daquele lugar. O mais forte era a necessidade de conhecer mais, muitos lugares, pois, e é, a vida é breve, ao contrário, tão longa é a arte. A incessante luta que mais oprime a humanidade, liberdade vs vida real.

A verdade é que nos tempos sombrios, apenas nos clássicos respostas eternas, perenes, sobre os dilemas humanos, não importa a época, as perguntas certas, encontram o seu par antético, não se engane, os avanços incríveis da tecnologia, da ciência, não produzem uma psiquê diferente, do que efetivamente cada um é, continuamos pó e sombra, “puluis et umbra sumus” (Horácio).

O que nos faz vencer o medo e seguir por mares nunca dantes navegados? É uma questão que assusta, pelo que obrigatoriamente nos levará ao desconhecido, isso paralisa, congela. Os pés cravados na terra, nem sempre deixam a cabeça seguir a sedução de Mefistófeles, nem mesmo o inocente apelo das vozes que pululam na cabeça, incomodando os que se acomodam.

A complexidade humana é algo tão espetacular que por séculos a fios, as várias correntes filosóficas, científicas, psicologia, não respondem o elementar da perguntas iniciais, nem mesmo o mistério da formulações primevas. Dos arquétipos e das máscaras que carregamos. Do labirinto cerebral, do conhece-te a ti mesmo.

Ainda temos a supremacia sobre qualquer outro ser, para o bem, ou para o mal.

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