Arnobio Rocha Crise 2.0 Crise 2.0: Cenário da Economia Mundial de 2013 e 2014

689: Crise 2.0: Cenário da Economia Mundial de 2013 e 2014

 

 

O cenário de 2013 e 2014 para economia mundial vai convergindo, em todas as análises disponíveis, para mais dois anos de Crise. As projeções de FMI e Banco Mundial, apresentadas em setembro, em Tóquio, depois os números da OCDE, há duas semanas, são fechados agora os da Cepal e do BC Alemão, não há qualquer diferença entre eles, o que carrega as responsabilidade dos governos no mundo. Aqui, na série sobre a Crise 2.0, vamos apontando alguns caminhos que os países começam a trilhar diante destas perspectivas ruins.

O principal recuo, depois destes números foi o da Alemanha, o carro-chefe da economia da UE, depois de se beneficiar longamente da crise de seus parceiros, conseguindo “crescer” no meio do caos, 2012, foi de retrocesso, como apontamos aqui (Crise 2.0: Alemanha Parou). A mudança de conduta de Merkel, parte tem a ver com as eleições gerais que se avizinha, ela tentará o terceiro mandato, sendo favorita, mas com diminuição significativa da maioria parlamentar. Ela tem que se reinventar, mas a questão maior é a queda da economia, que vai cobrar um preço alto do país, os número da OCDE e suas consequências apontamos nos artigos Crise 2.0: Merkel Pede Regulação dos Bancos, Liberais se Matam no Brasil e Crise 2.0: Alemanha Muda Discurso.Liberais, no Brasil, Piram.

A UE vai fazer uma importante mudança de ajuste, o controle bancário, Merkel, que era contra, agora se apresenta como a artífice da nova era de regulação. Segundo a agência Reuters, a Chanceler disse que  “a importância do acordo alcançado esta noite sobre as bases legais e principais aspectos de um mecanismo de supervisão para bancos não pode ser estimado… Nós tivemos sucesso em garantir as principais exigências da Alemanha“, disse Merkel à câmara baixa do Parlamento, a Bundestag. “Teremos uma separação clara da responsabilidade para política monetária e da supervisão bancária”. (Reuters via Estadão, 13/12/2012). 

Em plena campanha e de olho na crise que ameaça agora também a Alemanha, uma “nova” Merkel ressurge, na mesma nota da agência diz que “Merkel, que viaja a Bruxelas ainda nesta quinta-feira para uma cúpula de líderes da UE, afirmou que vê boas chances de implementar uma nova taxa sobre transações financeiras envolvendo 11 países membros da zona do euro. A líder alemã também elogiou os esforços de reforma do governo grego e afirmou esperar que os ministros das Finanças da zona do euro aprovem nesta quinta-feira o pagamento de novos empréstimos ao país”. Quem nos acompanha, percebe esta clara mudança, não é de graça.

Na outra ponta, os EUA que lograram um ano melhor, estão diante de um cenário complicado, com a possibilidade real de, em 2013 e 2014, perderem o que recuperaram, minimamente em 2011 e 2012. O “abismo fiscal”,  que os ameaçam de forma severa, se não se chegar um acordo mais definitivo no congresso, em que Obama é minoria. O FED percebendo o pântano, ampliou os QE, ampliação da base monetária, através da recompra ou enxugamento de títulos, a emissão de moedas, que era de 40 bilhões mensais, resolução de agosto 2012, agora subiu para 45 bilhões, parece pouco, mas é um claro indício que os últimos dados da economia apontam para queda da atividade econômica.

Segundo a agência Dow Jones, o FED,  “reconhece que a atividade econômica e o emprego continuam a se expandir a um ritmo moderado nos meses recentes, e ainda percebe um declínio acentuado na taxa de desemprego desde o verão. Contudo, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed continua preocupado que, sem acomodação suficiente da política, o crescimento econômico possa não ser forte o suficiente para gerar uma melhora sustentada nas condições do mercado de trabalho. “Além disso, tensões nos mercados financeiros globais continuam a apresentar riscos negativos significativos para a perspectiva econômica”, destaca a nota divulgada ao final da reunião do Fed. (13/12/2012).

Para fechar, o Japão oficialmente voltou à recessão, depois de um crescimento maior, em grande parte devido aos gastos públicos com a reconstrução das áreas atingida pelo terremoto/tsunami, em marco de 2011. A expansão do segundo semestre do ano passado e do primeiro deste ano, agora é substituído por um novo cenário de crise, o país está com governo em crise política, também reflexo dos fracos números da economia.

A Agência Reuters aponta, numa reportagem que o clima é de pessimismo geral pois os “analistas esperam outro trimestre de contração nos três meses finais deste ano devido às fracas exportações à China, mantendo o Banco do Japão, banco central do país, sob pressão para afrouxar a política monetária ainda neste mês. “Houve alguns indicadores positivos em outubro, mas ainda há uma boa chance de que a economia do Japão sofra outra contração no trimestre entre outubro e dezembro”, disse o economista-chefe do Instituto de Pesquisa Norinchukin, Takeshi Minami”.

O que pode levar a mais um QE, segundo a agência:  “o Banco do Japão pode afrouxar a política neste mês, como sugerido em declarações do vice-presidente Kiyohiko Nishimura na semana passada. O viés é de mais afrouxamento, então mesmo que o BC seja conservador neste mês, deverá agir em janeiro.” O Produto Interno Bruto do Japão encolheu 0,9 por cento entre julho e setembro na comparação com o trimestre anterior, inalterado ante a leitura preliminar do mês passado. Economistas esperavam uma contração de 0,8 por cento de acordo com a mediana em pesquisa da Reuters”.

Num próximo artigo trataremos da questão dos BRICS e América latina, cuja projeções são bastante positivas, com o Brasil liderando um novo crescimento robusto em 2013 e 2014.

Cenas dos próximos capítulos.

 

 Save as PDF

0 thoughts on “689: Crise 2.0: Cenário da Economia Mundial de 2013 e 2014”

  1. Continua feia a coisa, com alguma melhorinha. EUA criaram 150 mil novos empregos em dezembro. Mas o buraco é a queda da renda, né? Isso vai demorar a recuperar…

Deixe uma resposta para marinildacCancelar resposta

Related Post