678: Bestunta

 

 

A intensidade da vida, nos últimos três anos, foi tanta, que acho que vivi dez vezes os três, o que me deixou numa fadiga tremenda, de tudo, de todos, de mim. O peso é enorme, não sei por onde recomeçar, talvez uma férias de tudo já resolveria uma parte o cansaço da dura rotina, sem que tenha trabalhado tanto. A minha amiga Marinilda Carvalho me deu a palavra exata: Bestunta.  O aborrecimento geral e irrestrito, um mau humor, fruto deste tempo.

O esgotamento físico e mental prejudica a concentração, o raciocínio, embaralha as ideias, os sentimentos, as coisas vão se misturando caoticamente. A sensação era de prisioneiro, em regime fechado, algumas vezes em solitária, sem direito a ver o sol. Este aprisionamento é da alma, não é que você aceite algo, mas aprende-se a conviver com a dor, mas a cobrança, quando chega é muito maior, as marcas e o reaprender a viver é mais lento, rearrumar as coisas e olhar para frente, sem que aquele medo volte a te dominar.

Depois de muita euforia, destes últimos dia, vem uma ressaca que bate, o alerta de que chegou o momento de acordar de verdade. Os projetos saindo das gavetas, encarar os desafios, voltar a trabalhar de verdade, com disposição e vontade. De uma vez estas coisas me vieram à mente, quase a me assombrar, como se não houvesse tempo para qualquer descanso, pois realmente não há. Começou o “regime semi-aberto”, tenho que lutar pela liberdade total, pode demorar um pouco, mas é o caminho que vou trilhar.

Novos sonhos brotarão, pois eles são fundamentais para quem quer viver, sem sonhar não se vive, mal se sobrevive, esta é a maior certeza de quem passa por um longo pesadelo.  Vamos aos sonhos, principalmente os impossíveis.

 

Merril Bainbridge – Being Boring

 

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0 thoughts on “678: Bestunta”

  1. Que beleza, rearrumar a cabeça depois do sufoco é maravilhoso. Não se apresse demais, você tem direito a um pouco de preguiça agora! :-)))

  2. Quem me dera produzir tanto, como vc faz, sem um que de arrependimento que vc quer transparecer, mas que nunca foi a sua realidade. Seja bem vindo de volta, a pequena parte, e em breve total… Que esperamos nunca menos …

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