Arnobio Rocha Crise 2.0 Crise 2.0: Mais 5 Anos de Crise

633: Crise 2.0: Mais 5 Anos de Crise

 

Merkel x Hollande: de costas para o povo – Foto de David Gannon/AFP

 

 

Nestes últimos dias as matérias de jornais com líderes mundiais confirmam o sombrio prognóstico de que a Crise Econômica Mundial ainda vai demorar para arrefecer. Aqui não há desejo, ou comemoração, pois, esta série sobre a Crise 2.0, sempre deixou claro, que, quem paga a conta, são os trabalhadores e o povo em geral. Portanto, não há o que festejar, quanto pior o cenário de miséria econômica, mais penalizada é a Classe. A desagregação social não redunda em alternativa de poder, como vimos na Europa e nos EUA nestes 5 anos de crise.

Ontem a Chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, deixou claro que teremos mais 5 anos de crise pela frente, em contradição ao que disse François Hollande, de que o pior já tinha passado. A divergência não é menor, não são pequenas nuances, são apreciações concreta de tarefas e entendimento das saídas para Economia da UE em geral, da Zona do Euro em especial. No caso de Merkel o objetivo é claro, como informa Andrei Netto, correspondente do Estadão, que “em discurso a seus correligionários, a chanceler – que se prepara para disputar as eleições gerais de 2013 – afirmou que as reformas feitas até aqui na União Europeia não foram suficientes para garantir que o bloco sairá da crise em menos de meia década. “Nós ainda precisaremos segurar a respiração durante pelo menos cinco anos.” 

A divergência é capital, se de um lado Hollande, Presidente Francês, enxerga nos mecanismo de apoio mútuo uma garantia para UE, que aponte para uma retomada, com mais dinheiro para sanear os países mais afetados pela crise. A conclusão de Merkel é diametralmente oposto, pois segunda ela essas transformações foram tomadas “para convencer os investidores mundiais que não acreditavam que a Europa poderia manter a garantia de ser um local rentável para se investir”.Essas reformas, porém, precisam ser associadas a programas de austeridade fiscal em nível nacional, de acordo com a chanceler, que voltou a pedir aos demais países do bloco que “provem um pouco de rigor”. (Estadão, 05/11/2012).

A luta na cúpula da UE opõe os dois países de forma direta, com diz a matéria de Andre Netto “Hollande e Merkel travam uma disputa política de bastidores. Por ora, a alemã dá as cartas, por seu país ainda ostentar a avaliação máxima (AAA) das agências de rating e pela manutenção do crescimento econômico e do baixo desemprego. Ainda assim, a receita de Merkel para enfrentar a crise das dívidas soberanas na zona do euro causa insatisfação social na Grécia, em Portugal e na Espanha, o que tem isolado a chanceler nas reuniões de cúpula”.

O problema central é que ambos não demonstraram capacidade de liderar a UE rumo ao crescimento, os modelos conflitivo de “Austeridade(Merkel) x Crescimento(Hollande)” esbarram na realidade, que é a economia em crise. O modus operandi alemão de crescimento gigantesco de seu superávit, que permitiu o equilíbrio de suas contas, foi o carrasco dos demais países da Zona do Euro. Porém, no meio da crise, Merkel quer que os países com profundo déficit(com a Alemanha), façam seus ajustes, sem que a Alemanha abra mão de seus ganhos. A França é o único país do bloco que não sucumbiu, ainda, mas sofre enormemente com o modelo.

A baixa produtividade e competitividade era “escondida” com os vultosos empréstimos,  que davam uma sensação de distribuição de riqueza no bloco. Com o advento da crise, as fontes secaram, causando imensas tragédias, em particular nos países com imensas dívidas, casos da Grécia, Portugal, Espanha e Itália. O atoleiro continua, sem ficar claro, qual estratégia vencerá na cúpula da UE, por enquanto é o rolo compressor alemão. Mas, a crise bateu à porta, além das eleições locais, o que pode mudar o cenário.

A única novidade é não ter nenhuma, apenas que a crise continua…por longo tempo

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