Arnobio Rocha Crise 2.0 Crise 2.0: Educação na UE – Geração Perdida

Crise 2.0: Educação na UE – Geração Perdida

 

O Fracasso da Educação na UE - EMILIO MORENATTI (EFE)

As grandes crises desarrumam não apenas a economia dos países, mas, principalmente a vida das pessoas, em curto espaço de tempo, sistemas montados por décadas caem de forma irresistível em um ou dois anos de uma crise violenta como esta. Hoje a UNESCO divulga seus dados sobre Educação e a conclusão é alarmante, em particular na Europa, mais especificamente nos países mais atingidos pela crise, um grande retrocesso se deu em curto período, o que tende a piorar futuramente com os planos de Austeridade que se voltam contra Educação e Saúde.

 

Os dados espanhóis, tratados no El País, hoje, é o retrato mais fiel das opções econômicas e políticas, 1 em cada 3 jovens (15 a 24 anos) abandonou a escola sem completar o ensino médio, a media da UE é 1 em cada 5. O que, segundo o jornal, levou “os  responsáveis ​​pelo relatório, a classificar como “preocupantes” o número de abandono escola na Espanha, dado que é um país “duramente golpeado” pela crise e onde o desemprego juvenil superior a 50% em março deste ano . A falta de qualificação profissional dos jovens europeus, os  leva a desperdiçar o seu potencial, os faz perder as oportunidades de emprego e os impede de ajudar seu país de volta à prosperidade”, diz o estudo, que afirma que, em tempos de crise, a  Educação é a ferramenta é “mais essencial do que nunca.”

 

A maior prova de que a Educação é fundamental neste momento  de crise é que entre 2007 e 2009 as taxas de desemprego entre os jovens dispararam, mais ainda entre os que abandonaram os estudos prematuramente. Diz ainda o relatório, reproduzido pelo El País: “pelo menos um quarto da juventude espanhola, que deixou os estudos no final do primeiro ciclo do ensino secundário e um quinto dos que saíram depois escola continuam a procurar emprego. ” O alerta  final é que “A criação de empregos por si só não vai nos ajudar a sair da crise”, diz o relatório, porque “a Europa deve formar jovens com competências adequadas, a experiência prévia e capacidade de adaptação a novas tecnologias.”

 

Apenas em 2012 o orçamento para Educação na Espanha sofreu um corte de mais de 10 bilhões de Euros, com corte de 50 mil trabalhadores em educação ligados ao Governo Central e com mais 50 mil nas províncias, um quadro que tende a agravar-se nos próximos anos. Com baixa educação, não há como pensar num país que consiga competir com os demais parceiros, a sua produtividade é sempre mais baixa, sendo relegada à funções secundárias na cadeia produtiva, o que torna a recuperação ainda mais difícil.

 

Hoje, na Espanha, começa uma jornada de greve estudantil secundarista de três dias, justamente contra os cortes promovidos pelo governo central, da extrema-direita, liderado por Rajoy. A greve convocada pelo estudantes foi amplamente apoiada pela associação dos pais, o que levou a 70% de adesão, principalmente em Madri e nas grandes cidades. O Ministro da Educação, condenou a greve, chamando os grevistas de “Esquerdistas Radicais” e que a greve atinge apenas 20% dos estudantes. A reação no parlamento foi clara, condenando o ministro, que a cada vez que fala se torna “ainda mais incapacitado ao cargo”.

 

Numa reportagem da BBC sobre os jovens na Europa, eles denominam como “geração perdida” ou “desperdiçada”, assim iniciada: “Por causa da crise econômica e das medidas de austeridade adotadas por alguns governos de países ricos, um número crescente de jovens profissionais qualificados, na faixa dos 20 a 30 anos, estão desempregados. Frustrados, após terem se esforçado tanto para conseguir um diploma, eles vivem de bicos, da ajuda da família ou pensam em emigrar. A BBC Brasil ouviu a história de alguns desses jovens que fazem parte do que a imprensa e economistas de seus países vêm chamando de “geração perdida” ou “geração desperdiçada”

 

O panorama é francamente desolador, vale a pena ler os relatos que a BBC colheu em várias cidades europeias, problema muito comum a todos eles:  “Jovens com nível universitário trabalham com faxina e entrega de pizza“.

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