Arnobio Rocha Reflexões Queridos Amigos do Passado

442: Queridos Amigos do Passado


Nada volta, nada, o que passou, guardemos.

Pálido Passado por que volta a mim, se não quer continuar ou retomar um momento de minha vida? Esta é a pergunta que me faço quando alguém ou algo volta ao presente, muitas vezes me esquivo, das minhas escolhas pretéritas, como mudar de estado, num país continental como o Brasil, é quase mudar de país, ou se exilar.

As únicas relações perenes, nestes casos, são as de familiares, os mais próximos, pais e irmãos, o tempo não faz resistir amizades, separadas pelo espaço, ficam como lembranças, não retornam.

As redes sociais não têm condão de restabelecer o que ficou para trás, no máximo reaproximam, jamais tornarão igual, em particular as relações que não passavam de conveniência daquele instante de nossas vidas. As dolorosas experiências deveriam ter me ensinado, de alguma forma, de que o passado fica guardado lá como um ótimo momento bem vivido.

O tempo muda a si aos outros, aquilo que era comum, hoje não são mais, é normal e é a dinâmica da vida, não pode nos assustar, nem nos decepcionar (é nota mental).

Dentre as relações de amizades, as de política e afinidades ideológicas são as que guardam mais traumas, nestes reencontros, a não aceitação do que se pensa hoje, em detrimento do pretérito, pesa decididamente para que a decepção se torne maior.

Aquela felicidade de reencontrar antigos “camaradas” “companheiros” é substituída pelo quase ódio, em desprezar como vive cada um, como se pensa. O que falo não é abstrato, mesmo não citando pessoas, ou nomes, é muito comum o que descrevo aqui.

Deveria chocar? Não sei, sinceramente não sei, respeito todas a opção de meus antigos amigos, colegas de luta, militância e amizade, não está em mim o poder de cobrá-los qualquer coisa, coerência, firmeza ideológica, até por que estas coisas se carrega consigo, não são pressões externas que mudará o que se pensa.

Parece, infelizmente, que a regra é outra, se você hoje é “diferente” do que era aos 16 anos, não serve mais nem para um bom dia no Twitter ou Facebook, o que demonstra uma visão mesquinha de antiga camaradagem.

O que fica é o que fizemos e no que acreditávamos, no quanto de amor, paixão e dedicação, colocamos naquilo que defendíamos, os caminhos da vida se mostram diferentes para cada um, então melhor guardar e amar aquilo que passou, sem mágoas ou rancores.

Para que tudo depois não acabe num Unfollow frio e envergonhado.

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