Arnobio Rocha Crise 2.0 Crise 2.0: Perigo em Roma

428: Crise 2.0: Perigo em Roma

 

 

Protesto na Itália, contra suicídios causados pela Crise - Foto AFP

 

Como escrevemos agora a pouco aqui na série Crise 2.0, no post sobre os profetas do caos Sra Lagarde e o Sr Soroso ( Crise 2.0: Profetas do Caos do Euro), “O Déjà vu sentindo por estes países como se acordasse dentro do mesmo pesadelo, é uma clara demonstração que a crise esta muito longe de se resolver, mas também os ultimatos não são cumpridos, ou servem apenas de ameaças”. Depois da derrocada total da Grécia e a queda da Espanha, novamente a Itália volta aos holofotes.

 

Uma série de artigos começam a pipocar dando conta de que a Itália, assumirá o papel que a Espanha vinha cumprindo, a de ser a “Geni” da Crise. O apetite do “Deus Mercado” é insaciável,  leiamos juntos o que a mídia traz hoje, no Estadão: ” A crise na Europa não para de crescer. Três dias após a liberação de um total de € 100 bilhões em recursos para recapitalizar sistema bancário da Espanha, a agência de rating Fitch anunciou o rebaixamento de mais 18 bancos do país, enquanto nos mercados financeiros os juros cobrados por títulos da dívida pública espanhola atingiam o mais alto patamar de sua história. Mas a cinco dias das eleições na Grécia, que podem definir se Atenas fica ou sai da zona do euro, o foco da turbulência parece cada vez mais se deslocar para uma próxima vítima: a Itália.( Estãdão, 13/06/2012 )

 

As constantes especulações sobre a Economia na Zona do Euro, vão minando país a país, o ciclo que começa com os mais pobres, vai se aproximando do Núcleo central do Euro, a queda da Espanha, a quarta maior economia do Euro, eleva as suspeitas de que a Itália, a terceira maior, também está vivendo na areia movediça. Mesmo com a intervenção na Espanha, os bancos tiveram suas notas de classificação rebaixadas, até os que não participaram do banquete de 100 bilhões de Euros: Santander e BBVA. O Ministro da Economia da Espanha, Sr Luis Guindos, tenta acalmar os mercados, mas admite que a Espanha está sobre desconfiança, mas não só ela, para ele a Europa toda vive dias de  ” “enorme volatilidade e tensão”. Além disto está “às vésperas da eleição na Grécia, no próximo domingo, quando uma eventual vitória da extrema esquerda pode levar o país a ser excluído da zona do euro”. (Estadão, 13/06/2012).

 

Itália: Ninguém escapa do “Deus Mercado”

 

 

Mas o quadro se agrava com o risco da Itália ser tragada pelo furacão, segundo o Estadão : “Na segunda-feira, a ministra de Finanças da Áustria, Maria Fekter, afirmou que o sistema bancário italiano também pode ser obrigado a pedir um resgate similar ao espanhol nos próximos dias. “A Itália deve sair desse dilema econômico de altos déficits e dívida. Mas, naturalmente, é possível que o país precise de um auxílio, diante das taxas elevadas que a Itália já enfrenta para refinanciar sua dívida nos mercados”, afirmou a ministra, em entrevista a uma rede de TV”.

 

As curvas de risco Espanha e itália - Fonte EuroNews

 

 

 

 

 

 

Este fogo “amigo” claro que tem reação imediata: O comentário provocou a ira do primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, que disparou ontem contra a falta de solidariedade no interior da União Europeia. “É totalmente inapropriado que um ministro de Finanças de um país-membro comente dessa maneira a situação de outro país-membro”, disparou, reclamando: “Me recuso a fazer qualquer comentário sobre as declarações”.

 

Mas o “Deus mercado” é pouco afeito às honras diplomáticas ou de solidariedade entres povos e nações, ontem já tinha elevado os yelds da dívida italiana ao mesmo patamar do início da turbulência espanhola, o prêmio pago subiu aos 6.2% ao ano, algo insustentável. Com um mês neste patamar, a Espanha pediu arrego, pedindo o resgate, a Itália vai caminhar neste mesmo estresse, é o que aponta  a tendência. O agravante é, sem dúvida, o fracassado governo da tecnocracia, imposta pela Troika, liderada pelo burocrata vindo dos quadros da Goldman Sachs, Mario Monti.


A Espanha tinha raspado o tacho do antigo Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Feef), que será instinto em 30 de junho, um novo fundo, com mais dinheiro, porém com mais obrigações a quem se socorrer dele, vai entrar em vigor em julho. O tempo urge, mês passado a Moody’s rebaixou a nota dos 26 maiores bancos da Itália, mas, ainda pode usar a “solução” espanhola, mas dará tempo?

 

Com a ruptura do Merkozy, agora sobre especulações sobre o silêncio de Merkel e Hollande, sobre o resgate espanhol, mas “Nos bastidores, sabe-se que a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, negociam reformas na governança europeia, mas desde o resgate da Espanha nenhum comentário sobre as propostas na mesa foi feito. “A situação da Espanha, por exemplo, é pior do que a da última semana”, avaliou Nordine Naam, analista do banco francês de investimentos Naxitis”.

 

Ou seja, os 100 bilhões piorou a avaliação da Espanha, não melhorou em nada, agora as baterias se voltam para velha Bota.

 

 

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