423: Dos Medos

 

 

Deserto, anoitecer, medo - Foto google

Dia mais que emocional, a mistura de sentimentos: medo, esperança, fé. Religião ou não, fé positiva, acreditando que nada de mal nos pegará, lembrando de toda a minha vida, mas muito particularmente, nestes dois anos, os mais intensos e loucos de minha existência. Fui definitivamente apresentado ao valor da vida, até então, não sabia o quanto era caro e raro este valor, o que vivia antes, era apenas ilusão, talvez este seja o mundo real, frágil e duro. Um simples piscar de olhos pode ser o primeiro ou o último.

 

A vida ganhou outro sentido, um dia, talvez, descubra que o que vivo hoje, foi o que me salvou de mim, da minha tola arrogância e insignificância, tão forte e tão frágil, a sutil diferença entre o real e a fantasia, a dúvida e a certeza. Quantas vezes havia tanta certeza, contra tão poucas dúvidas, quando na verdade sabemos que a única certeza de nossa vida é sua finitude, inescapável. Os versos no monólogo, de que tanto amo:

“Que fardos levaria nesta vida cansada, a suar, gemendo, se não por temer algo após a morte – terra desconhecida de cujo âmbito jamais ninguém voltou – que nos inibe avontade, fazendo que aceitemos os males conhecidos, sem buscarmos refúgio noutros males ignorados? De todos faz covardes a consciência. Desta arte o natural frescor de nossa resolução definha sob a máscara do pensamento, e empresas momentosas se desviam da meta diante dessas reflexões, e até o nome de ação perdem”. ( hamlet – W. Shakespeare)

Muitas vezes lia e não compreendias estes pensamentos do final do “ser ou não ser”… a primeira parte tão forte, nunca dava a segunda a verdadeira essência, de nosso viver sobrepor a ilusão inicial dos versos.

 

Assim vamos em frente, agora, mais conscientes de nós, buscando nos encontrar, do realmente somos feitos, para que vivemos, comemos, sonhamos, enfim o que é viver e ser feliz. As lições que tenho são as mais fortes e cheia de significados, até então ignorados, por medo.

 

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0 thoughts on “423: Dos Medos”

  1. Tantos medos, né, companheiro? Tenho medo de que algo aconteça ao filho, de que a Dilma enfrente algum problema instransponível, de que os fundamentalistas segurem nosso avanço irreversível na área de costumes, de que o Hollande se zapateirize, de que os amigos sofram, de que o Lula piore, de que isso, de que aquilo… Somos movidos a medo. Força aí, vá empurrando o danado!

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