Arnobio Rocha Crise 2.0 Crise 2.0: Operação Resgate da Espanha

420: Crise 2.0: Operação Resgate da Espanha

 

 

Protestos contra os bancos na Espanha

Mais uma semana estressante para o Governo espanhol, acompanho, quase diariamente, a movimentação dele, aqui série sobre a  Crise 2.0, pois, o ponto mais frágil da Europa, se chama Espanha, mais especificamente seu setor bancário. Explicamos, em posts passados, como a situação espanhola e de seus bancos embiocaram por este caminho selvagem, destrutivo ao país e põe em risco toda a Zona do Euro, a época das meias medidas acabou, momento espanhol não aguarda outra saída que não seja um amplo resgate, terão dinheiro?

 

Neste fim de semana, aparentemente a Espanha vai finalmente pedir arrego, há rumores bem fundamentados que vai pedir ajuda externa, mas com uma pequena “manobra”, que seria ajuda aos bancos, não ao governo. Ora, algo assim, é apenas para inglês ver, não se pode falar em “ajuda apenas aos bancos”, o tamanho do rombo causado por eles atinge toda a Espanha, em particular o governo, pois a maioria dos títulos públicos espanhóis, considerados como “créditos podres”, estão justamente na mão da banca local, que malandramente pegou dinheiro do BCE a baixos juros(1% ao ano) e utilizou para especular com títulos espanhóis que pagam até 7% ano, os Yelds de 10 anos. Além disto com os créditos baixos, criaram uma ampla bolha imobiliária no país, que agora vive uma imensa inadimplência das famílias.

 

Hoje, no Estadão, dar conta que no sábado, haverá o anúncio oficial, provavelmente para evitar nova corrida de saques aos bancos, ou retirada de mais dinheiro da Espanha, neste ano, números de março, tinha saído 100 bilhões de euros, e contabilizando em 1 ano, mais 250 bilhões, mais 17% do PIB local. Vejamos o que eles escreveram:

“Fontes do governo da Alemanha e da União Europeia afirmaram que a Espanha pedirá um pacote de ajuda para o sistema bancário do país na tarde de sábado, segundo a agência Reuters. No entanto, em resposta à reportagem, uma porta-voz do governo espanhol reiterou que o país vai esperar até que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e duas empresas de auditoria anunciem seu veredicto sobre a situação dos bancos. “O governo espanhol não comenta rumores”, declarou a porta-voz”.

A Espanha contratou duas empresas de auditoria, a Roland Berger Strategy Consultants, da Alemanha, e a Oliver Wyman, dos EUA, para avaliar os bancos do país. O FMI também está fazendo uma análise. O governo da Alemanha não quis comentar uma reportagem que afirmou que a Espanha deverá fazer um pedido de ajuda para os bancos do país neste sábado. Uma porta-voz de Berlim disse que é o governo espanhol quem tem de tomar essa decisão. “Se a Espanha decidir, os mecanismos europeus estarão prontos para isso”, afirmou a porta-voz alemã.

Autoridades da zona do euro e ministros de Finanças da União Europeia conversarão sobre como dar suporte para a Espanha em uma teleconferência na manhã deste sábado, afirmou uma fonte da zona do euro. A conversa provavelmente será seguida por uma teleconferência entre os ministros de Finanças da zona do euro no mesmo dia. A fonte afirmou que não está claro se a Espanha pedirá formalmente uma ajuda antes da primeira teleconferência, mas observou que o mais provável é que isso aconteça depois. Segundo a fonte, ainda não foi tomada qualquer decisão sobre a forma, o momento ou o montante da ajuda. “Alguma atitude precisa ser tomada, mas, nesse momento, não está claro o que será feito”, disse”. (Estadão, 08/06/2012)

 

Mas a nota que realmente é destruidora da Espanha é da Agência de riscos Fitch, primeiro rebaixou o país em 3 níveis, segundo, divulgou uma avaliação sombria demais, digamos assim, a mais próxima da verdade, leiamos: “a erosão dramática do perfil de crédito soberano e dos ratings da Espanha ao longo do último ano reflete, em parte, erros de políticas em nível europeu que, na opinião da Fitch, agravaram os desafios econômicos e financeiros diante da Espanha, à medida que o país tenta reequilibrar e reestruturar sua economia. A intensificação da crise da zona do euro na última metade do ano passado levou a região e a Espanha de volta à recessão, exacerbando preocupações quanto à solvência soberana e dos bancos. A ausência de uma visão de uma união monetária reformada e de uma ‘firewall’ financeira com credibilidade deixou a Espanha e outros países da chamada periferia vulneráveis a fugas de capital e reduziu seu acesso a financiamento fiscal sustentável. A Espanha tem sido particularmente vulnerável a uma piora da crise europeia, por causa de seu alto grau de endividamento externo (cerca de 90% do PIB) e da confiança frágil em sua capacidade de implementar a consolidação fiscal e a reestruturação bancária no ritmo necessário“. (fonte: Agência Dow Jones, via Estadão, 08/06/2012 –  grifo nosso).

 

Lembro ainda, que alertei para basófia do Senhor Botín, Presidente do Santander, no início da semana, vestido de Chapolin Colorado, ao lado do “fanfarão real”,  caçador de elefantes , o sem ironia, D Juan Carlos. Disse o Sr Botín, que “com 40 bilhões de Euros”, o sistema bancário espanhol estaria limpo. Imediatamente comentei que o Bankia ao ser resgatado se previu gastar 9 bilhões de Euros, e duas semanas depois a conta chegou ao 23,5 Bilhões, então desconfiava que estes 40 bilhões era apenas cortina de fumaça. Hoje, a mesma Fitch, confirmou que apenas o resgate imediato dos bancos espanhóis, deverá atingir os 100 bilhões de Euros.

 

Ou seja, a Bolsa-Banqueiro é um saco de depósito, que o céu não é o limite.

 

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0 thoughts on “420: Crise 2.0: Operação Resgate da Espanha”

  1. Rapaz, os donos do capital (EUA/Alemanha) liderando as auditorias… É, nem disfarlam mais… Arnobio, seus leitores aprendem com você a “ler” as basófias! Essa do Chapolin Colorado foi de rolar de rir. Desse a gente conhece a astúcia!

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