410: Arroz

 

Plantação de Arroz (Aomori - Japão) - Foto Planeta News

Tenho uma grande amigo, descendente de japoneses, o Mark, que juntos discutíamos sobre a questão do Arroz, do Gohan, na alimentação. Ambos, apreciadores do prato, como sendo fundamental na refeição, sempre dizíamos, não importa a qualidade do restaurante, mas sem saber fazer o mais básico, o  arroz, em regra, qualquer outra coisa, não presta. Trabalhamos muito tempo juntos, em vários projetos, tanto em São Paulo, como na Bahia, fomos inclusive, em meses diferentes ao Japão, paraíso do Gohan.

 

Quando escrevi minhas Crônicas do Japão , num dos artigos comento sobre alimentação, assim escrevi: “Almoço era sempre um problema, no escritório eles tinham um fornecedor de bentô, uma espécie de marmita, preço baixo, mas de gosto para lá de duvidoso, exceto o Gohan(arroz japonês), tudo vinha servido gelado, meia asinha de frango, um minúsculo pedaço de peixe, umas conservas de embrulhar o estômago e a parte pior, os croquetes de não sei o quê”. Ou seja, o Arroz, era a salvação da lavoura, pois queríamos gastar pouco e viajar nos fins de semana, então tinha que encarar o que viesse.

 

Aliás, esta foi a dica que dei ao Mark, ele foi depois de mim, que economizasse na comida da semana e aproveitasse para comer bem e viajar nos fins de semanas. Aqui em São Paulo e Salvador, sempre eliminávamos os lugares em que o arroz não vinha bem feito, de vez em quando falamos por fone, dos restaurantes que achamos bons pratos e que o arroz ajuda a definir bem o prazer da comida. Comer bem, no modo típico brasileiro, é ter um bom arroz, não adianta qualquer outra coisa não substituirá, a contento, o arroz.

 

Comendo em restaurantes italianos, por exemplo, claro que a massa é prato principal, ou argentino que a carne em geral vem acompanhado de “papas”, mas são experiência isoladas, não é o do dia a dia. Quando estava viajando para outros países já ficava preocupado com o cardápio, foi assim nos Eua, no Chile, por exemplo, passando mais dias a falta do arroz é complicada, assim como do pão francês. Mas como são viagens, acabo relevando, mas que dá uma certa lárica, dá. Parece bobagem, mas não é, quem gosta do arroz, sente falta dele.

 

Ontem fui a restaurante lá de Fortaleza, que abriu filial em São Paulo, Coco Bambu, frequento sempre que vou de férias visitar a família. Bons pratos, camarões, peixes, carne do sol, em porções de bom tamanho. Estava superlotado, pensei que deve ser por conta de muita gente o conhecer de Fortaleza. Pedimos um peixe, sirigado, com camarões e molho de tomates, alcaparras e champignon , tudo maravilhoso, perfeito, mas aí vem um arroz duro, esquentado no microondas, um desastre, perdeu vários pontos comigo. Este prato, não vou repetir, como era dia superlotado, não devolvi o arroz, noutra vez, recusarei.

 

Muitos acham, por exemplo, que o Gohan, arroz japonês, são todos iguais, o que não é verdade, tem bastante diferença tanto na qualidade, como no modo de fazer. Alguns restaurante japoneses, estrelados, têm produtos de qualidade, mas não um bom preparo, como acontece o contrário, de restaurante simples, com produtos mais simples, mas com gohan maravilhosos. Faço um ótimo arroz, caseiro, ocidental, não sei a técnica do Gohan, então nem me arrisco a tentar fazer, prefiro o meu ocidental, comendo em casa, claro.

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  1. Experimente(caso não conheça) o arroz quilombola ou arroz vermelho. Foi proibido durante muito tempo, chegou-se a pensar que havia sido extinto, mas a Embrapa recuperou as sementes. Ele puxa mais pro lado do integral.

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