Arnobio Rocha Reflexões Das Inspirações

337: Das Inspirações

 

 

Praia do Icaraí(CE)

 

Amigos, ontem me perguntaram: de onde vem sua inspiração? pensei, pensei e…não respondi. É fato, que de novembro de 2009 até maio de 2011 escrevi 100 artigos, desde então, em menos de um ano, foram mais 251 novos, bem não vou me deter nestes números, pois eles falam por si, em quantidade, mas não revelam o essencial, que eu mudei, e muito. A percepção é interna, mas que se reflete externamente.

 

Dito assim de outra forma, senti uma urgência incrível de falar, escrever, dizer o penso, mas não por apenas dizer, mas intervir no mundo que me cerca, dando algum sentido a minha vida. As razões nem sempre são claras, mas as mudanças que experimentei na vida, foram bruscas demais, dolorosas demais, o sentido de urgência, de tempo, me fez mudar. O que antes era apenas um passatempo, o blog, virou o meu desafogo, o lugar em que posso falar, falar, jogar ao mundo a minha angústia, o meu viver.

 

As inspirações que tenho são de ordem lógica, lúdica e às vezes onírica. As primeiras são, sem falsa modéstia, acumulo de anos de leitura, vivência, participação política e amadurecimento intelectual. Por muitas vezes estas inspirações “lógicas” são travadas pelo receio, de que as elaborações fossem  de baixo conteúdo, então, por vaidade, melhor ficar na oralidade, pois, sendo assim, o que você pensa não pode ser contestado, exceto para aqueles que te ouvem diretamente. Ao escrevermos, a coisa muda de figura, você torna palavra, aquilo que você pensa, em particular os conceitos que você tem de: Vida, Política, Filosofia, Literatura. Assim, você se expõe completamente, torna público quem efetivamente é.

 

As inspirações lúdicas, por outra via,  são as de ordem pessoal, os fatos de sua vida, trajetória, os feitos de sua existência, como se estabeleceu cada coisa  no seu mundo. É uma oportunidade de contar sobre si, descascar as camadas de cebola sobre si.  Contar causos, pelo menos de como você viu, os mais próximos, agradecem quando escrevo sobre nós, nossas famílias, parentes, ou fatos de que gostamos. Determinado acontecimento de minha vida, agora escrito, esclarece, joga luz, aos que participaram, muitos até protagonizados por eles, mas agora contados por minhas palavras. Parece que ganha mais relevo quando falo de coisa antigas, sinto o coração bater mais forte de pessoas próximas ou distantes quando são tocadas pelos relatos.

 

A última, talvez a principal, são as razões oníricas, as produzidas pelos sonhos, mais precisamente, pela psiquê, aquelas que estão em nós, que contam uma realidade vivida por nós, ou por alguém distante, mas se circunscreve na maior aventura humana: Sonhar. Repensar o mundo, as coisas, os sentidos, muitas vezes as alegorias que faço, entremeando, por exemplo, Economia mundial com um deus grego, é para mostrar, não erudição, mas de como o mundo é feito de fantasia, arquétipos, mitos. Aproximar de mundo, ou assuntos tão díspares, e apresentar elementos comuns, palpáveis, talvez aqui resida a arte de escrever.

 

Espero que tenha dito, assim, quais são as minhas inspirações, o que me move, tornar um pouco de mim, mais próximo, ou distante, de alguém que eventualmente me ler, mas, nem sempre, me compreende. Saiba que aqui reside um ser humano, cheio de emoções, paixões, dores e alegrias, que compartilha, sempre que possível, aquilo que sente e vê.

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0 thoughts on “337: Das Inspirações”

  1. Arnóbio meu amigo, que texto inspirado. Agora sei que você busca a inspiração não nos livros, mas na sua experiência de vida. Seus textos deveriam ser divulgados em sala de aula, destes que não necessitam de interpretação, mas apenas de leitura porque são uma aula de vida acadêmica que não se encontra em livros, são obras de arte de um gênio em plenitude. Parabéns!!

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