Arnobio Rocha Reflexões Das Aflições

330: Das Aflições

 

 

“o que se tem é tudo que se precisa” (Pensamento Zen)

 

Por mais que fosse óbvio, não tenho visão negativa da vida, mesmo nos momentos extremos que passamos em casa, com a doença que nos abate(#Leucemia : Quando ela bate na sua porta! ), o longo e doloroso tempo que é o tratamento, procuro manter o corpo ereto, as ideias no lugar, a sanidade intacta. Confesso, não é fácil, muito menos insensibilidade minha, a capacidade de sofrer fortemente e continuar acreditando na vida, que nada vai nos abalar, que vamos vencer, e que, por razões inexplicáveis, não me deixo dobrar, posso esmorecer, ficar triste,mas firme.

 

Muito já escrevi, momentos tensos ou felizes, que estamos atravessando, mas tento passar aos meus amigos uma visão positiva da vida, que não percamos a fé, mesmo nos instantes mais terríveis, pois, “nada pode ser tão mal, que não traga um bem”, frase sempre repetida pelo meu avô Doca Rocha, nestas situações. Quando eu ouvia a frase não entendia o por quê, ou mesmo a lógica dele dizer uma coisa tão contraditória. Hoje entendo plenamente a frase, seu sentido exato, por mais paradoxal que seja, é uma frase perfeita, de uma profundida incrível.

 

Desabafo, grito, para minha sorte recebo o carinho de pessoas próxima, que nos conhece, e de pessoas que jamais vimos, mas que se solidarizam de forma sincera. Estas coisas confirmam a construção acima, no meio de um mal, você recebe um bem, totalmente desinteressado, algo inacreditável, que gera uma energia, uma capa protetora que nos impulsiona a continuar, enfrentar e viver. Sinto-me iluminado, ter uma rede tão vasta de carinho e apoio, esta capacidade de nos envolvermos com “problemas alheios”, sem dúvida, é aquela chama de que somos humanos, mesmo por trás destas máquinas.

 

Repetindo o que disse ontem: Valeu amigos, curtam mais a vida, pois ela é breve, e vejo que 90% dos dias, perdemos tempo com bobagens, questões que são absolutamente secundárias e esquecemos o principal: amar,ser feliz, que só nos apercebemos disto quando estamos nos extremos de nossa existência, ou passamos por situações limites, nossas ou de nossos entes mais amados – pais, filhos e amigos. Pensem nisto, toda vez que entremos em bola dividida, só se realmente esta valer um gol, aquele que nos redime e nos fará mais feliz.

 

Que nossas aflições  sejam breves e passageiras, mas que nos ensine a sermos melhores.

 

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0 thoughts on “330: Das Aflições”

  1. Me lembrei de Walter Franco, maldito predileto:

    Tudo é uma questão de manter a mente quiet, a espinha ereta e o coração tranquilo.

    Abraços

  2. Caríssimo, estou aqui com os ombros a postps. Vc tem me telefine. Falar, às vezes, faz bem, grand abraço, cheio de uma fé que nāo è religiosa: é na ordem natural das coisas.
    Carlos

  3. Caro Arnobio vc tem o principal nesta batalha.FE, e com ela venceremos.Ao ler seu artigo lembrei-me de uma entrevista que assisti da nossa escritora Raquel de Queiroz (talvez a ultima),em que o entrevistador perguntou-lhe, se diante de tantas realizaçoes e feitos na sua vida existia ainda algo que não realizara.Ela respondeu que so tinha uma tristeza na sua existencia era nao ter tido Fe,pois quando sua filhinha ainda bebezinha faleceu,ela a pegou nos braços e sentiu que lhe faltava algo,pois nao acreditava em nada e nao teve nenhum consolo.

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