318: Ethos

Ethos - Lopes e Rocha

 

Sem embargo, é verdade que muitas vezes dizemos as frases certas para pessoas erradas, ou as frases erradas para pessoas certas, estas antinomias, povoa meu cérebro, num dia muito emocional como hoje, depois de mais uma vez escrever sobre meu velho Pai ( Pedro, Pedra, Rocha, Meu Pai), é quase uma revisão de coisas vividas e não ditas, ou de coisas ditas que não deveriam ser ditas. Esta confusão de afirmações contraditórias, paradoxais,  me atormenta, sem, entretanto, me assombrar.

 

Há uma certa paz nestes dias, a vida seguindo com alguma tranquilidade, me volto ao passado, como diz o amigo Eduardo Goldenberg, abrindo gavetas, revelando fotos e fatos que iluminam tão bem nosso presente. Estas coisas dizem muito de nós, o que somos de onde viemos, como nossa personalidade foi se moldando. Os valores herdados, compreendidos pelas lições que temos de nossos pais e de nossos mestres, aqueles que realmente nos influenciam para todo o sempre.

 

Os mergulhos no tempo remoto não modificam nada do que fizemos ou deixamos de fazer, mas ajuda, se formos sábios, a sermos diferentes, quando errados lá. Tenho me alimentado de algumas situações que conto aqui, divido com os meus amigos que frequentam este espaço, isto também decifra para vocês quem sou eu, estou certo disto, mas o medo, já não faz parte de mim. Rememorar é quase viver de novo, mas como uma  grande chance de melhor entender, não mudar, o que aconteceu.

 

Hoje mesmo me dei conta que não lembro nunca de ter dito: Pai, te amo! Tive que escrever algo que não fiz ao vivo ou por fone, agora até via internet, eles  acessam a rede lá da fazenda. Parece uma coisa boba, mas é preciso dizer, mais ainda em casa, somos uma família em que os homens se beijam, se abraçam, expressamos nossos sentimentos de forma espontânea, sem qualquer reticência, ou censura. Tios, irmão, primos, muito comum, entre nós, estas manifestações de afeto e carinho. Mas daí lembrei que não disse, Pai eu te amo. Fico tão feliz quando minha filhas dizem isto para mim.

 

Agora que escrevi, parece que abriu um tempo lindo no meu horizonte, meus velhos, por formação cristã, nos ensinava a pedir a benção, parece uma coisa secundária, mas sempre foi um elo que nos ligava mais forte, não pelo caráter religioso em si, mas por sentimento de família e sangue, passando de geração a geração, nos tornando mais próximos e mais afetivos, efetivos no que nos une.

 

 

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8 thoughts on “318: Ethos”

  1. Mano querido uma frase tão simples “EU TE AMO” as vezes tão difícil de falar, mas hoje sempre digo antes de desligar pra eles Pai eu te amo e mãe eu te amo … É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã…então comece hoje ao ligar pra eles e diga : Pai eu te amo….mãe eu te amo… bjs

  2. Cara você é um romântico, adoro isso, gosto de viver assim, pena não ter a coragem de fazer a todo momento com todos, exceto com minha filha, deixo isso muito claro, incrível!

  3. por isso meu irmao sempre digo que Te Amo! Amo nossos velhos! amo minha familia (meu marido e meus Filhos) somos privilegiados por termos crescido numa familia tão amorosa!
    bjos pra vcs todos, que eu tambem amo tanto!

  4. Meu Tiozão lindo, gosto tanto de ler suas coisas, mtas vezes,como agora, me identifico e alguns momentos. Sinto tanta saudade de te abraçar e te beijar. Te Amo meu tio querido. Abraço!

  5. Tio lindo como é bom entrar no seu blog me sinto bem lendo o que o senhor escreve cada dia uma nova publicação, mais tenho que dizer esse últimos dias tenho derramada tantas lágrimas no meu PC que estou até com medo do bicho da um treco ,e não poder ler mais(rs)..Tio foi lindo a 1º declaração mais a segunda é uma grande verdade (eu te amo)é tão pequeno e falamos tão pouco..Acho que não faz muito tempo que disse pra meu pai que o amava muito..Lembre dia 17-03-2012. Tio eu te amo muitinho muitinho

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