Arnobio Rocha Tecnologia A encruzilhada dos blogs

268: A encruzilhada dos blogs

 

 

É fato que ando muito tenso e pouco dado ao dialogo, a soma de problemas e preocupações me tem tirado não apenas o sono, mas também a paciência. Mesmo procurando ser cordato, prudente, em determinados momentos não tenho conseguido, mas prometo tentar amansar a alma e voltar à rota comum, que sempre me caracterizou. A paciência de esgotar a discussão, o debate, sem fechar portas ou amizades.

 

Bem da verdade, nos ambientes virtuais, ou melhor nas redes sociais, raramente se consegue debater com certa profundidade, ou por limites de caracteres ou porque os interlocutores não aceitam ir além do que já previamente pensam ou defendem. Facilmente se parte para a desqualificação, puno-me porque também já tomei este péssimo caminho, inviabilizando completamente o dialogo. Mesmo entre pessoas que, em tese, defendem posições políticas ou sociais comuns os debates continuam emperrados.

 

O caminho da produção individual, via blog, é uma saída, pelo menos para mim. Aqui posso contribuir de alguma forma com o urgente e necessário debate sobre a política e a sociedade, apresentando teses e visões mais aprofundadas, tendo que pensar, elaborar de forma mais sistemática, com mais responsabilidade e propriedade sobre os mais variados temas. As redes sociais, hoje, servem como meio de amplificação daquilo que produzo, poderia ser muito mais, interagir e modificar o que escrevo, mas a qualidade do debate, infelizmente, não ajuda.

 

Escrevi dois artigos sobre a questão do blog e do comportamento de blogueiro aqui:

  1. Blogueiro:Pequeno Ditador?
  2. As dores e prazeres de blogar;

E também recentemente o Blogueiro Maurício Caleiro fez um balanço sobre os três anos de seu blog (Três anos de Cinema & Outras Artes ), que ressalta muitos aspectos importantes sobre a arte de blogar. Nossas angústias e nossa necessidade de lutar pelo “pão nosso de cada dia”, nos faz blogar de forma não profissional, mas pelo prazer ou dor de gritarmos: Também pensamos, nos ouçam!

 

Cada blog, ou blogueiro, à sua maneira, chega numa encruzilhada do por que blogar? como bem definiu Caleiro, em particular os blogs, como os nossos, que são de autoria, artesanais, vivem dilemas mais complicados, pois entram na dúvida se vale a pena continuar. Ao contrário do que muitos pensam, não se trata do “reconhecimento” ou “público”, mas de se saber qual a real importância do que escrevemos.

 

Algumas questões elementares não conseguimos vencer, a primeira delas, a divulgação, a adesão espontânea a visitação do blog. A jornada de escrever, depois divulgar( via redes sociais), no meu caso, é dolorosa e chata, de você saber que mesmo escrevendo pelo menos um artigo todo dia, ter que “convocar” seu leitores. É uma contradição quando se pede uma mídia alternativa, mas nossos hábitos de abrir um grande portal pelo menos duas ou três vezes ao dia, não tornou, nem de longe, a vontade livre de ir a um conjunto de blogs alternativos.

 

Esta reflexão serve para cada um de nós, inclusive para mim, pois nem sempre entro em blogs com  a mesma frequência que vou aos grandes portais. Os blogs “estrelados”, mesmo os ditos “progressistas” disputam com grandes portais a audiência, vital para sua sobrevivência, mas raramente têm preocupação de apoiar as iniciativas de blogs menores, vistos como “concorrentes”, a armadilha do pageviews e outros males, como: sectarismo, cupulismo, autorreferentes, etc.

 

 

 

 

 

 

 

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