Arnobio Rocha Crônicas do Japão Crônicas do Japão IV: Um país nos trilhos (Post 77 – 31/2011)

Crônicas do Japão IV: Um país nos trilhos (Post 77 – 31/2011)

 

(Shinkansen ao fundo o Monte Fuji)

Trem

Sem dúvida os trens são o elo de ligação principal no Japão, quer seja nas grandes e populosas cidades, ou nas pequenas e médias, a infraestrutura de trens é impressionante e altamente necessário, pois as vias de deslocamento são rapidamente sufocadas pela imensa quantidade de carros, os trens apesar de cheios são mais rápidos e pontuais, facilitando a vida urbana.

Quando se mora no Japão é que se tem uma verdadeira noção de superpopulação em território pequeno, a cidade em que morava, Kashiwa, fica na província de Chiba, distam 28 km de Tókio, que pertence à outra província, todo percurso de trem (30 minutos) é totalmente povoado.( Kashiwa para Ueno (Tókio)

Tókio é uma cidade mega populosa vive em torno de 20 milhões de pessoas, num espaço territorial exíguo, só na parte central são 8,5 milhões de habitantes, em 23 distritos. Minha porta de entrada em Tókio era Ueno Station, em que se faz o Norikai (baldeação) de trens, saindo da linha interestadual para cair na Yamanote Line, uma linha de trem circular de que une os distritos centrais da cidade.

Yamanote Line

 


A Yamanote Line é uma obra genial de trem que une a cidade, cada estação é o transbordo das linhas de trens regionais, intermunicipais ou interestaduais, todas extremamente bem articuladas, as estações troncais principais são a imponente Tokyo Station, nó que articula o Shikansen (trem bala) que vai de norte a sul do Japão. E pelo lado oposto a estação de Shinjuku. Como a Yamonote Line é uma linha circular, há ainda as linhas de trens e de metrô (pouco popular) que corta pelo meio o círculo.

Aparentemente confuso à primeira vista, depois se percebe rapidamente a eficiência, a lógica e a precisão do sistema de trens em Tókio e por todo o Japão. As estações de trem são pontos de integração para outras linhas menores de trens e/ou de ônibus, concentram em cada uma delas prédios de estacionamentos de carros e de bicicletas. Muitos se deslocam aos trens a pé, bicicleta, carros ou ônibus aí entram nos trens sempre muito cheios, mas sempre no horário.

Os trens são antigos, sem luxo, poucos bancos, e uma coisa terrível – poluição visual, com banners de propagandas, anúncios luminosos, mídia de TVs – mas a pontualidade e a velocidade de deslocamento é o grande atrativo.

Detalhe é que são muitos caros, paga-se por estação, se você entra em Kashiwa e se vai até Tókio (Ueno, por exemplo) custava algo como 15 reais. Em geral compra-se um bilhete inicial de 130 Yenes( R$ 2,00) a medida que se avança paga-se mais. Ao se chegar à estação final há dezenas de máquinas de ajuste de valor, ela lê o bilhete inicial e recalcula a diferença que você tem que pagar, depois emite novo bilhete que permite seu desembarque. É simples, mas chato ficar fazendo ajuste. Para quem tem percurso fixo, casa ao trabalho, eles oferecem um bilhete com valores prévios mais baratos de uso mensal, economia de 15 a 30% de acordo com seu uso, além de evitar o transtorno do ajuste.

(máquinas de ajuste de passagens)

Shinkansen (trem bala) e JR pass

 

O turista pode comprar o JR Pass  (JR Pass informações ) , que custa, o mais barato, US$ 300 para usar por uma semana, não se pode comprar lá, tem que ser no país de origem. Ao chegar ao aeroporto de Narita ou Nagoya, tem que ir ao balcão da JR (olha a pronuncia JEIARO rs) trocar o voucher pelo Take que lhe permite usar todos os trens da JR, inclusive o Shinkansen, famoso trem bala. Uma viagem de Shinkansen de Tókio para Kyoto ida e volta custa mais de US$ 300 dólares.

O Shikansen é dividido em três categorias: Nozomi,Hikari e Kodama. Elas se referem ao deslocamento, a Kodama é a mais lenta, que pára de cidade em cidade, e nas grandes cidades em algumas estações. A Hikari pára apenas nas grandes cidades. Por fim a Nozomi ela percorre grandes distâncias quase sem paradas, por exemplo, de Tókio a Hiroshima 800 km, ele percorre em 3 horas. No Hikari 5 horas e no Kodama 8 horas.

Além disto, há serviço diferenciado dentro dos trens, também de acordo com a categoria, o que aumenta demais o valor da passagem. Mas você pode viajar na primeira classe, enquanto não vem o fiscal, quando têm poucos passageiros eles nem cobram o bilhete se pertence aquele tipo de vagão.

(Vagão Comum)

(Vagão Especial)

O JR Pass dar direito ao uso de Kodama e Hikari, para usar o Nozomi só com ajuste de preço no trecho (inviável). Conselho, foi o que fiz, ao sair de Tókio para longa distância use o Hikari, por exemplo, Tókio – Nagoya, mas se você está em Osaka e vai para Kyoto e Nara, use o Kodama, a oportunidade de viajar parando e admirando as cidades é muito melhor. Como não tem problema de reuso, você pode descer e voltar ao Shinkansen em várias cidades.

Carro e Ônibus

Andei de carro pouquíssimas vezes nos quase seis meses que morei no Japão, dirigindo nenhuma vez, pois eles adotaram a mão inglesa, ou seja, tudo invertido, sem chance. Mas o fator principal é que na região que morava e nos fins de semana que ia para Tókio é impossível andar de carro, tudo congestionado demais, deslocamento lento e cansativo. Taxi tem preço proibitivo não valendo a pena nunca seu uso.

Ônibus também é um meio de transporte que pouco usei, apenas em pequenos deslocamentos de bairros, ou integração do trem à fabrica, devido ao trânsito inte
nso não dar para usar.

Fiz dois passeios de ônibus pela empresa, um para Hakone e outro para Kanagawa, durante fins de semanas, mas sentia como é torturante os congestionamentos, inclusive nos postos de ponto de apoio, claro é bem confortável ir de ônibus até bem próximo ao Monte Fuji, mas o cansaço não compensa. Em Tókio via ônibus, mas quase sempre era de turismo.

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0 thoughts on “Crônicas do Japão IV: Um país nos trilhos (Post 77 – 31/2011)”

  1. Sem duvidas o japao tem sido um pais mais estruturado e planejado. Porem comparacoes de progressos em paises tao diferentes em tudo. As historias a economia a politica, a cultura, a tpografia, o clima em fim tudo tao diferente.
    So lucoes para os problemas brasileiros tem de necessariamente levar em consideracao os recursos brasileiros e principalmente as logisticas que cabem as condicoes brasileiras.

  2. Olá, vou para o Japão no 2º semestre, mas pelo pouco tempo que ficarei no país pretendo pegar o Nozomi de Tokyo a Kyoto, que não aceita o JR Pass. Você sabe se consigo comprar antecipadamente também o ticket ou no aeroporto?

    Obrigada!

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