Arnobio Rocha Política Carta Capital: Caso Battisti e voto de Gilmar Mendes (4 – 4/2009)

Carta Capital: Caso Battisti e voto de Gilmar Mendes (4 – 4/2009)

 

 

 

Sou leitor semanal de da Revista Carta Capital (http://www.cartacapital.com.br/app/index.jsp)  uma das poucas publicações no Brasil que ainda respeitam o jornalismo, trata a notícia de forma séria e busca aprofundar os debates correntes da sociedade com um corte diferente do pensamento único imposto nas redações das outras revistas.

Em particular o Editorial da Revista é uma atração à parte por trazer comentários de Mino Carta com suas ironias, alto nível cultural e sagacidade. Quando compro a revista é sempre a minha primeira leitura, que sempre enriquece e vejo como é bom ler quem escreve bem.

Para minha surpresa esta semana Mino fez um editorial elogiando Gilmar Mendes, até aí é questão de gosto, porém é constrangedor, sob o título “O STF não é um clube recreativo”(Gilmar Mendes põe os pingos nos is sobre o caso Battisti em entrevista à TV Educativa do Paraná), ele produz o, talvez, mas infeliz editorial que tenha lido em Carta Capital, leia-o na íntegra em: http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=5615 .

Vejamos alguns trechos:

“CartaCapital já foi muito crítica em relação a certos comportamentos do ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal. Desta vez, louva-lhe a atuação no julgamento do Caso Battisti, de saída pelo voto de aprovação à impecável decisão do relator Cezar Peluso, e agora em virtu-de de uma entrevista à TV Educativa do Paraná que foi ao ar nestes dias.

Vale acentuar a importância deste momento, a se levar em conta a incerteza que envolve o destino do ex-terrorista italiano, por ora entregue à decisão final do presidente Lula. Entrevistado pelo jornalista Carlos Chagas no programa Falando Francamente, o presidente do STF mostrou-se à altura do cargo. Um ponto crucial do seu depoimento está na seguinte afirmação: “Não se ocupa um tribunal da seriedade do STF para que se converta em um clube litero-poético-recreativo. Não podemos nos debruçar sobre um tema de tal gravidade para dizer depois: ‘Não, desculpem, nós nos enganamos’”.

Outra passagem importante diz respeito aos limites impostos pelo tratado de extradição em vigor entre Itália e Brasil. “As condições são essas”, diz Gilmar Mendes, “a discrição se dá nesses limites. Por isso, usando expressão do nosso linguajar jurídico, o tribunal nunca condenou o presidente a extraditar, sempre se entendeu que é consequência natural.”

Minha Visão

Infelizmente há um profundo equívoco na análise de Mino sobre Gilmar. O voto dele está cheio de segundas intenções. No fundo ele validou sua posição quando bateu boca com Dilma, dizendo que os crimes “comuns” cometidos por ela não prescreveram.

É uma posição que lhe deixa a vontade para criminalizar o movimento social, não perceber as verdadeiras intenções de Gilmar, acaba dando-lhe mãos livre para continuar sua luta destrutiva do STF.

Mesmo que Mino esteja certo sobre Battisti ele está confundindo suas paixões pela Itália como se lá fosse um paraíso político-jurídico-institucional, que não é. Os anos 70 foram crivados por radicalismos à esquerda e à direita e o estado de direito italiano efetivamente tomou um lado, e não foi à esquerda.

Por fim analisa de forma canhestra, covarde o voto de Eros Grau, usando das mesmas táticas de Veja e outras publicações que se especializam em destruir reputação de pessoas que não concordam com o que pensa.

Vejamos o trecho:

“Como sabemos, outros ministros não concordam, com destaque para Eros Grau, o mesmo que batalhou para que Roseana Sarney assumisse a governança do Maranhão com a cassação de Jackson Lago, embora derrotada nas eleições. Coisas de constranger a lei e o arco-da-velha.

Ao conversar com um jornalista italiano, Paolo Manzo, correspondente de importantes diários peninsulares e colaborador de CartaCapital, a escritora francesa Fred Vargas, Ninfa Egéria da campanha pró-Battisti, não hesitou em divulgar sua simpatia pelo ministro Grau, salvo melhor juízo recíproca.

A conversa informal se deu no fim de janeiro deste ano na antessala do gabinete senatorial de Eduardo Suplicy e a escritora, instada pelo jornalista, analisou, voto a voto, as possibilidades do resultado do julgamento do STF. Ao citar Eros Grau, não se permitiu dúvidas: “Contra a extradição, está claro, ele é um amigo”. Sempre é possível que Fred Vargas se engane quanto ao grau das suas amizades.”

Concluo

Os ataques ao Eros Grau foram vis, covarde, como se qualquer pessoa que não concorde com a posição dele esteja comprometido com o erro. Precisamos no nosso meio, que advogamos a diversidade de pensamento não cairmos nas mesmas armadilhas do ataque pessoal quando de alguém discordamos, fiquei constrangido.

Este elogio ao Gilmar pode nos custar MUITO caro, a fatura virá em breve, mas rápido do que esperamos.

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0 thoughts on “Carta Capital: Caso Battisti e voto de Gilmar Mendes (4 – 4/2009)”

  1. Continuo tendo a minha opinião sobre “Cristo”, pq GM quer ser DEUS, mas ele só chega até CRISTO, pq o Titulo de “DEUS” já ortoguei a outrém.

    Mandei um email, esculhambando a CORRUPÇÂO existente dentro do judiciário, que é infinitamente maior que a do legislativo e todos fazem como o Símbolo da Justiça, Atena, – ou seja – nada vêem. E, no email, disse que se ele honrasse a calças que vistia me daria uma resposta para 21 anos de “loucura”. Mas, uma resposta séria, e tentaria ver o q estava havendo de errado. Ele me retornou e escolheu a pergunta para responder no programa de rádio que faz – afinal além de provas e sou a prova dessa corrupção e pacividade.

    Achei que ele nunca respoderia, afinal peguei pesado pra KCT, ele só não respondeu como já gravou minha pergunta e a mesma vai ao AR na 2º semana de Janeiro.

    Ele poderia ao menos ignorar meu email, mas não, ele me deu uma resposta para anos de safofrimento, anos de autos sumindo de processos, reaparecendo 20 anos depois e sendo julgado. Ele teve “peito”.

    Qual o interesse dele, não sei, mas que ele merece ao menos o beneficio da dúvida, merece. Ninguém é 100% certo, ninguém é 100% correto. Hj em dia a maioria das pessoas, incluindo a mim, achamos que somos donos absolutos da verdade e ser supremos, não falhamos nem comentemos erros. Adoramos apontar o o erro dos outros, mas os nossos escondemos.

    Qto ao Battisti, nunca achei que ele tivesse causa alguma, me lembro mto da repercusão dos crimes q ele cometia na época, até pq foram temas das minhas aulas de OESP e Moral e Civica 7 anos depois, e tivemos que fazer pesquisa, e lembrava do meu pai falando spre q ele estava + para qqr outra coisa do que para aalguém que tem algum ideal.

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